Governo da Argentina examina empresas com “retornos extraordinários” em cripto
Catamarca, Argentina; cidade onde golpistas têm trabalhado. Fonte: Reprodução
Autoridades estudam empresas de investimentos digitais em ativos descentralizados; algumas delas podem ser esquemas de pirâmide.
O governo da Argentina publicou, no site de seu banco central (BCRA), um parecer a respeito das ações que serão tomadas contra empresas de investimento em criptomoedas.
Certas empresas oferecem “retornos por meio de operações em cripto que não são compatíveis com parâmetros razoáveis em operações financeiras”. Para minimizar possíveis perdas, a autarquia tenta alertar os usuários a respeito dos riscos envolvidos em operações com ativos descentralizados.
O banco central está trabalhando em conjunto com a Superintendência de Entidades Financeiras e Cambiárias para analisar criteriosamente as empresas, possivelmente pirâmides financeiras, e solicitar o cessamento imediato de suas atividades.
Marketing perigoso
Segundo o banco central argentino, algumas das empresas citadas fizeram ações publicitárias em determinados territórios:
“Foram detectadas campanhas publicitárias em algumas províncias, como La Rioja e Catamarca, com o objetivo de atrair investidores para esquemas de gestão de ativos sem transparência. O BRCA ordenou intimar as empresas que se oferecem através de plataformas web para não efetuarem transações de intermediação financeira; também analisa se é cabível denúncia penal por presunção de manobra de fraude equiparada a esquemas Ponzi.”
Ainda segundo a publicação, o governo alega que vários esquemas Ponzi estão se repetindo em várias regiões do país. O motivo seria o de sempre: a promessa de grandes ganhos em períodos muito curtos de tempo.
Crise econômica
Segundo informações do jornal El País, a crise econômica na Argentina não tem dado sossego: mesmo a liberação dos comércios pós-pandemia é insuficiente para diminuir o quadro preocupante de extrema pobreza que tem se formado.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), 4 em cada 10 argentinos estão vivendo na miséria – cerca de 18,8 milhões de pessoas.
Durante períodos de forte recessão econômica, é comum que golpistas busquem meios de enganar os usuários e tirar proveito financeiro dos desavisados. O banco central promete tomar ações drásticas contra as empresas fraudulentas, como forma de minimizar os danos causados.
Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.