Fundador do Telegram está utilizando Bitcoin para neutralizar banimento da Rússia
O banimento da Rússia em relação ao Telegram se tornou oficialmente efetivo esta semana, contudo, o aplicativo de mensagens encriptadas está lutando contra a censura do governo — e está utilizando Bitcoin neste processo.
O fundador do Telegram, Pavel Durov, revelou nesta terça-feira que começou a distribuir concessões em Bitcoin para grupos e organizações que estejam operando redes virtuais privadas (VPNs) e outros serviços de proxy que ajudem os usuários a burlar o banimento nacional, promulgado pelo órgão regulador de comunicações russo, Roskomnadzor.
“Para apoiar a liberdade da internet na Rússia e em qualquer lugar, eu comecei a dar concessões em bitcoin para indivíduos e companhias que executem proxies socks5 e VPN. Eu estou feliz em doar milhões de dólares este ano a essa causa, e espero que outras pessoas façam o mesmo,” escreveu Durov sobre a iniciativa, intitulada por ele de “Resistência Digital.”
Ele acrescentou em uma publicação em seu canal do Telegram:
“Para nós, essa foi uma decisão fácil. Nós prometemos aos nossos usuários 100% de privacidade. Nós preferimos deixar de existir do que quebrar esta promessa.”
Leia mais: BP, gigante do ramo de energia, disse que está testando internamente o uso de tokens
A corte russa aprovou o banimento na semana passada, justificado na recusa do Telegram em fornecer chaves de encriptação ao serviço de inteligência russo, para que a agência decriptasse mensagens de usuários. Oficiais alegaram necessitar dessas mensagens para investigar e prevenir incidentes terroristas, tendo a companhia negado o pedido, afirmando que isso violaria a privacidade dos usuários russos.
O Telegram afirmou não ter experienciado um decréscimo expressivo em engajamento de usuários desde o banimento, embora o mesmo não possa ser dito por outros serviços cujos IPs foram involuntariamente obstruídos pela rede do Roskomnadzor. De acordo com a Reuters, a agência reguladora bloqueou 18 sub-redes e milhões de endereços de IP — incluindo alguns usados por varejistas online populares e fornecedores de serviços bancários — pertencentes ao Google e à Amazon, em uma tentativa de impedir que o Telegram utilizasse esses serviços de nuvem para burlar o banimento.
Leia mais: Valores de tokens focados em privacidade sobem após parceria entre Verge e Pornhub
Ainda é incerto até onde a Rússia irá em suas tentativas de aplicar o banimento ao Telegram, entretanto, a companhia já provou que possui uma ampla gama de recursos para resistir em uma longa cruzada contra o órgão de censura.
O Telegram declarou em documentos públicos que já angariou, pelo menos, US$1,7 bilhão através de uma oferta inicial de moedas (ICO) em fase de pré-venda, afirmando que tentará aumentar estes números através de uma subsequente venda pública.
Fonte: CCN