Jogos NFT têm algo a ver com pirâmide?
Discussões acaloradas têm assumido certo protagonismo na rede; entenda as diferenças de uma vez por todas.
Pirâmide?!
Usuários menos informados a respeito do mundo cripto ficam bem assustados com a altíssima rentabilidade dos jogos NFT; após décadas atrelados às instituições bancárias tradicionais, cujos lucros dos usuários tendem a ser lentos e não tão impressionantes, não é possível culpá-los pelo ceticismo.
Contudo, as coisas devem ser explicadas de forma objetiva para que as pessoas sejam capazes de tomar decisões conscientemente. Para tanto, confira o que a lei diz a respeito de pirâmides financeiras.
Definição
De acordo com a Lei 1.521/51, esquemas de pirâmide vendem produtos cuja rentabilidade vai muito além do usual. Além disso, tais esquemas têm como objetivo atrair novos investidores para que se tornem sustentáveis por algum período, antes de colapsar.
Sendo assim, caso o embuste pare de receber novas vítimas, o projeto fraudulento tende a declinar rapidamente, levando inúmeros usuários a sofrer inestimáveis perdas financeiras.
Como resultado, os clientes param de receber, a comunicação entre as partes é comprometida e seus dirigentes começam “magicamente” a sumir do mapa.
E os games NFT?
Diferentemente dos esquemas de pirâmide, os jogos executados por meio de tokens não fungíveis podem ser auditados, com total transparência, na blockchain na qual estão inseridos.
Em linhas gerais, jogos NFT estão inseridos em blockchains consolidadas e transparentes, como Ethereum e Binance Smart Chain. Cada movimentação pode ser conferida em suas respectivas plataformas de monitoramento.
A entrada de novos usuários é algo fundamental em qualquer sistema econômico, seja ele descentralizado ou não; afinal, que economia não utilizada pelo público seria capaz de sustentar-se?
Entretanto, no caso destes jogos, a circulação econômica oriunda de compra e venda de novos personagens, itens e demais ativos é o que garante seu sucesso; assim como ocorre em qualquer outro projeto financeiro digital.
Trata-se, portanto, não de um golpe financeiro para angariar novas vítimas, e sim de uma revolução econômica atrelada à economia descentralizada.
Conclusão
Usuários mal-intencionados sempre existirão e projetos falsos são lançados a todo o momento; no entanto, tratar a exceção como regra é um exercício intelectual desonesto e malicioso, nada saudável para a construção de um ecossistema autorregulado e transparente.
Os principais projetos NFT são de código aberto, podendo ser verificados pela própria comunidade. Além disso, cada transação pode ser verificada via blockchain, o que garante total transparência das movimentações e da própria estrutura do projeto – algo que não existe dentro de uma pirâmide financeira.
Basta lembrar da rentabilidade do Bitcoin ao longo da última década: altos rendimentos em ativos descentralizados não são novidade – exceto para os incautos.
Em resumo, jogos NFT não têm qualquer relação com pirâmides financeiras. Mas golpistas sempre existirão e é melhor você estudar a fundo sobre os projetos antes de entrar de cabeça.
O autor: Rafael Motta
Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.