Venezuela fecha duas exchanges

O governo da Venezuela agiu contra duas exchanges do país. Ambas permitiam que clientes convertessem uma quantidade de criptomoedas em bolívares e as emitissem para fora do país.

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Operação Mãos de Papel

A operação venezuelana “Mãos de Papel” iniciou uma nova fase esta semana, desmantelando três casas ilegais de emissão: Intercash, Rapidcambio e Airtm, segundo o procurador geral do país, Tarek William Saab. Ele descreveu:

“Operação Mãos de Papel é a maior operação anti-litigiosa da história do país. Até agora, 112 pessoas foram presas, com 107 já sendo processadas.”

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Tarek William Saab

A operação busca agir contar indivíduos e companhias que praticaram apropriação indébita e disseminaram informações falsas sobre a taxa de câmbio, ele explicou, acrescentando que 1382 contas bancárias foram congeladas, bloqueando cerca de US$10,6 milhões. Além disso, ele indicou que já requisitou o bloqueio de mais 247 contas bancárias, emissão de 40 novos mandados de prisão, e 104 pedidos de busca e apreensão, segundo um relato do Ministério Público da Venezuela.

Das três exchanges anteriormente citadas, as duas últimas trocavam criptomoedas por bolívares. A Airtm suporta a conversão de zcash, bitcoin, bitcoin cash, ether, ripple, litecoin, monero, dogecoin e tether. Rapidcambio permitia que clientes trocassem e enviassem remessas utilizando bitcoin, ether, bitcoin cash, dash, litecoin e ripple.

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Acusações contra as exchanges

Saab ressaltou que estas exchanges operavam através de sites registrados fora do país, além de suas contas no Twitter e outras redes sociais, acrescentando que elas utilizavam contas bancárias nos Estados Unidos, Chile, Equador e Panamá. A investida, contudo, só afeta as operações na Venezuela.

Ele elaborou:

“Nessas contas, eles receberam depósitos em dinheiro ou transferências, e então converteram em uma alta e surreal taxa de câmbio,” acrescentando que “eu falei com o Presidente da República sobre a criação de novos centros de detenção para estes criminosos.”

Efecto Cocuyo então citou o procurador geral, dizendo:

“Quero que alguém me explique como, em setembro de 2017, o dólar custava 15 mil bolívares; em dezembro, custava 100 mil bolívares; em janeiro deste ano, 200 mil bolívares; e, no fim de março, 500 mil bolívares.”

Rapidcambio fechada

Enquanto esta matéria é redigida, uma das exchanges acima já foi fechada. Rapidcambio postou uma notícia em seu site declarando que sempre demonstrou responsabilidade, honestidade, seriedade e um comprometimento real em fornecer serviços a todos os venezuelanos que estão fora do país.

Além disso, a companhia enfatizou:

“Nossa companhia nunca pretendeu alterar os valores do mercado, nossas taxas de câmbio foram sempre respaldadas pela lei da oferta e demanda, como um mercado livre sem imposição.”

A Rapidcambio concluiu:

“Infelizmente, nós precisaremos encerrar nossas operações indefinidamente, tendo em vista a injusta persecução às exchanges pelo governo da Venezuela.”

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Fonte: Bitcoin.com