Elon Musk comprou o Twitter: Quais as consequências?

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Elon Musk, novo proprietário da rede social. Imagem: Reprodução

O magnata diz defender a liberdade de expressão; entenda de que maneira o novo proprietário da plataforma pode se comportar nos próximos meses.

Twitter sob nova direção

Elon Musk, fundador da Tesla Motors e da SpaceX, conseguiu fechar negócio com o Twitter e agora possui 100% de participação sobre a empresa. A internet ficou bastante dividida com relação à transação.

No final de março, o executivo fez uma enquete em sua conta oficial. Ele perguntou aos seus seguidores se o Twitter adere aos princípios da liberdade de expressão: 70,4% dos usuários acreditam que não. Pouco mais de 2 milhões de pessoas votaram.

Musk é um entusiasta do mundo cripto e grande defensor da Dogecoin (DOGE), uma das meme coins mais antigas do mundo. Há indícios, inclusive, de que o Twitter Blue, serviço por assinatura da rede social, pode vir a aceitar a criptomoeda como meio de pagamento.

Polêmicas

Alguns influenciadores digitais mostraram grande consternação pela aquisição da rede social. O ator José de Abreu, famoso por suas atitudes destemperadas e extremistas, publicou em sua conta do Twitter:

“Em homenagem aos petistas que não compreendem o momento que estamos vivendo, e em desrespeito ao novo dono do Twitter, despeço-me.”

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Pouco depois, o polemista apagou sua conta.

O usuário @bocxtop postou a seguinte provocação:

“Elon Musk ter gastado US$ 43 bilhões para parar de ser provocado no Twitter, enquanto poderia ter sido apenas menos irritante, é uma loucura.”

Por outro lado, Jack Dorsey, fundador da plataforma social, parece confiante com relação à aquisição:

“Em princípio, não acredito que alguém deveria possuir ou comandar o Twitter. Ele deve ser um bem público como um protocolo, não uma companhia. Para resolver o problema de ser uma empresa, entretanto, Elon é a solução singular em que confio. Confio em sua missão de estender a luz da consciência.”

Mudanças

Uma das implementações prometidas por Musk é a verificação de todos os perfis dos usuários. Com isso, terminará a “era dos verificados” na plataforma, razão pela qual a egolatria percorre sem fim.

Além disso, a medida pretende reduzir drasticamente a quantidade de spams e “bots” (robôs). Não são poucos os casos em que influenciadores digitais contratam serviços para preencher artificialmente seus números de seguidores.

O algoritmo do Twitter sempre foi criticado por Musk: por conta disso, espera-se que ele se torne “open source” (código aberto), podendo ser estudado e auditado por qualquer programador qualificado.

Por último, acredita-se que os moderadores de conteúdo da rede social devem intervir menos nas postagens. Musk deve aliviar as restrições presentes.

Conclusão

De um ponto de vista objetivo, as propostas de mudanças parecem positivas: um algoritmo passível de auditoria e a redução no tolhimento das liberdades individuais, à primeira vista, é algo desejável.

Por outro lado, Angelo Carusone, diretor da Media Matters for America, disse ao portal Al Jazeera que Musk não teria comprado a empresa por motivos financeiros, e sim ideológicos. A alegação faz sentido, levando-se em consideração as contínuas postagens do executivo.

Se Carusone estiver certo, que Musk honre suas promessas e não traga surpresas desagradáveis para uma das redes sociais mais tradicionais do planeta.

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.