Manipuladores de mercado utilizaram o token da Tether, USDT, para inflar artificialmente o valor do bitcoin durante a alta de 2017. Essas informações estão presentes na recente pesquisa feita pelos processadores de finança da Universidade do Texas, John Griffin e Amin Shams, mais conhecidos por identificarem atividades suspeitas na VIX ano passado.

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Em um relatório de 66 páginas intitulado “Is Bitcoin Really Un-Tethered?” (Estaria o Bitcoin Realmente Livre de Tether?), Griffin e Shams argumentam que a tether, uma “stablecoin” que é supostamente lastreada pelo dólar americano em uma proporção 1:1, foi repetidamente utilizada para fornecer suporte de valor para o bitcoin durante as quedas do mercado.

Os pesquisadores escreveram:

“No geral, nós descobrimos que a Tether tem um impacto significativo no mercado das criptomoedas. A Tether parece ser utilizada para estabilizar e manipular os valores do Bitcoin. Menos de 1% das horas com grandes volumes de transações de Tether são associados com 50% da ascensão estratosférica do Bitcoin, e 64% de outras grandes criptomoedas.”

Embora a correlação possa se dar simplesmente devido ao fato de que um fluxo de tethers sinaliza um pico na demanda pelos traders, os pesquisadores alegam que outros dados sugerem que a Tether pode não ser totalmente lastreada por dólares americanos — pelo menos não todo o tempo.

Como evidências destas alegações, Griffin e Shams ressaltam que tende a ocorrer uma pressão negativa no valor do bitcoin ao fim de meses em que um grande número de tethers é emitido, mas não em outros. Isso, eles dizem, pode indicar uma necessidade de fim de mês da Tether em relação ao dólar, implicando que a empresa emite tokens sem lastro para ajudar a pressionar o valor do Bitcoin, e então vende BTC suficiente no fim do mês para lastrear a USDT.

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A Tether tem passado por constantes análises, tendo em vista que a capitalização de mercado do token aumentou muito desde o último ano. Pelo fato das exchanges geralmente encontrarem dificuldades para achar parceiros bancários e atingir os requerimentos regulatórios necessários para oferecer pares fiat para cripto, muitas exchanges de altcoins utilizam a tether como um paralelo com o dólar americano.

A Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities dos Estados Unidos enviou à Tether — bem como à exchange Bitfinex, sendo as duas bem próximas — uma intimação em dezembro, embora ainda não esteja claro se esta investigação resultou ou resultará em alguma ação pelo órgão estadunidense.

Contudo, no início deste ano, um relato da BitMEX Research descobriu que as reservas da Tether são provavelmente mantidas em Porto Rico, pelo Noble Bank. Uma investigação posterior do Bloomberg descobriu que Bitfinex e Tether estão se relacionando com o Noble, mas nenhuma das companhias confirmou isso publicamente.

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Fonte: CCN