Binance mantém operações no Irã, mesmo com sanções
Apesar de o governo norte-americano ter determinado o contrário, a Binance mantém as operações no país desde 2018.
“Você não manda em mim!”
Segundo investigação promovida pela Reuters, a Binance, maior exchange de criptomoedas do mundo, continua a oferecer seus serviços a usuários do Irã. Porém, os Estados Unidos determinaram que negócios com o país em questão banidos.
O banimento ocorreu em 2018, tendo em vista que o governo iraniano fechou acordos nucleares com outras potências. Em novembro daquele ano, a Binance disse que suspenderia seus serviços no Irã e que orientaria os clientes a liquidar suas contas.
Contudo, a agência citou entrevistas com sete traders que alegam ter burlado o banimento. Outros 11 indivíduos no LinkedIn afirmam ter negociado na Binance, mesmo após as sanções terem sido impostas.
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Como o banimento foi burlado?
Segundo a Reuters, clientes conseguem facilmente burlar as sanções por meio de redes virtuais privadas (VPNs). Trata-se de uma tecnologia que mascara o IP e a localização real do usuário, fazendo com que serviços digitais entendam que a pessoa está em um ponto geográfico diferente.
Curiosamente, a própria corretora lançou o artigo “A Begginers Guide to VPNs” (“Um Guia para Novatos sobre VPNs”), que é a tecnologia mais utilizada para burlar tais sanções.
Por fim, a Reuters acredita que isto pode causar dores de cabeça entre a empresa e as agências reguladoras norte-americanas.
Resposta da Binance
A assessoria de imprensa da Binance, em contato com a redação do WeBitcoin, afirma que o programa de sanções da empresa é “líder no setor” e “totalmente alinhado com todas as sanções financeiras internacionais, incluindo o bloqueio de acesso à plataforma para usuários no Irã, Coreia do Norte, entre muitos outros”.
Além disso, a corretora também afirma utilizar tecnologias avançadas de detecção para reprimir usuários em regiões sancionadas que fazem uso de ferramentas sofisticadas para mascarar sua localização, incluindo VPNs.
Contudo, a investigação da Reuters mostrou que Asal Alizade, uma usuária iraniana, mesmo com toda a tecnologia de compliance presente na exchange, foi capaz de acessar sua conta normalmente em seu celular. Questionada, a Binance não forneceu maiores informações.
Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.