The Merge: o que a atualização recente da Ethereum significa para o ETH?
Nos últimos dias, a nova atualização da Ethereum, a segunda criptomoeda em número de volume no mercado (atrás apenas da bitcoin), movimentou o noticiário sobre criptomoedas. Conhecida como The Merge – ou A Fusão, em tradução literal – a atualização trouxe uma série de mudanças na forma como a comunidade da Ethereum vai criar e gerir a moeda.
Conhecida como Ether, ou simplesmente como ETH, a criptomoeda do universo Ethereum altera em subidas e descidas em seu valor. Um dos motivos para essa variação de preço constante é o fato de que a criação de Ether demanda uma grande quantidade de energia.
Como era antes da The Merge?
Antes da atualização, para gerar uma ETH era preciso minerar. A mineração é uma ação muito comum no universo das criptomoedas. Em síntese, minerar consiste em solucionar problemas matemáticos de alta complexidade, criando um novo bloco em cadeia, tecnologia blockchain também é a base da ETH.
Os blocos são importantes para a continuidade das criptomoedas, afinal, é nos blocos que os dados e informações são armazenados. Portanto, sem bloco, sem blockchain e sem criptomoeda. Ao criar esse novo bloco, o minerador – nome dado aos responsáveis por solucionar os problemas – recebem em troca criptomoedas ETH.
O custo da energia para gerar ETH
Ocorre que a supervalorização no Ethereum preço nos últimos anos fez com que uma série de investidores adquirissem grandes computadores para solucionar os problemas matemáticos capazes de liberar mais EHT. Computadores gigantescos e que consomem uma imensa quantidade de energia, prejudicando o planeta e encarecendo a escalabilidade da moeda.
De acordo com a própria comunidade, estima-se que são anualmente consumidos 73,2 TWh pela comunidade Ethereum na geração de novas ETH. Esse montante de energia é o mesmo consumido por países de médio porte, como a Áustria. O custo energético tinha se tornado um problema para a comunidade, agravado pela prova de trabalho.
Esse processo de mineração e geração de ETH é denominado como prova de trabalho, ou PoW (proof of work). Ou seja, para obter ETH o minerador precisa encontrar novos blocos a partir de uma sistemática que envolve muita conta matemática e exercícios de tentativa e erro.
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Ao final do processo, conseguindo solucionar o problema, é gerado a prova de trabalho e a ETH cai na conta do minerador. E assim, a rede da Ethereum vai aumentando de tamanho, gerando novos espaços para armazenamento de informações e garantindo a segurança e a continuidade do projeto, assim como a valorização da criptomoeda da comunidade.
Um novo passo para a Ethereum
Ao comprar Ethereum o investidor está adquirindo todo o custo do trabalho e também de energia elétrica gasto para a geração daquele ETH. No entanto, com o aumento no número de investidores-moradores e das indústrias para mineração, a sociedade e os governos passaram a enxergar as criptomoedas como um perigo para o meio-ambiente e o futuro.
O grande debate da atualidade é sobre as mudanças climáticas e como a humanidade deve contribuir para reduzir a geração de poluídas enviadas para atmosfera. Esse debate também chegou ao universo das criptomoedas e cria uma resistência para novas ondas de crescimento, fazendo com que as pessoas deixem de investir em criptomoeda.
De olho nessas mudanças, o fundador da Ethereum, Vitalik Buterin anunciou que a rede passaria por uma mudança drástica que mudaria a forma como a sociedade tem olhado para as criptomoedas. Alguns meses depois, essa mudança chegou.
No dia 14 de setembro a rede Ethereum anunciou a The Merge e a substituição da prova de trabalho (PoW) por prova de participação (PoS).
Atualização da ETH se baseia na solidariedade
Apesar do nome impactante, o anúncio do lançamento da The Merge é semelhante ao anúncio de uma atualização de um sistema operacional como o Windows. As mudanças tendem a impactar a forma como a comunidade gera e cria riqueza a partir da geração de novas ETH, agora validada por meio da prova de participação.
Para obter ETH as pessoas não precisam mais passar horas ou investir pesado na compra de supercomputadores que possam solucionar os problemas matemáticos. Agora, qualquer um pode conseguir ETH a partir de um processo de validação na rede da Ethereum. Afinal, qualquer pessoa com um computador consegue fazer essa atividade.
A prova de participação consiste, basicamente, em criar e validar outros blocos criados por outros usuários, gerando ETH para cada validação e criação de blocos. É um sistema muito mais simples, mas que demanda o engajamento de toda a comunidade Ethereum, que deve estar empenhada na validação e segurança da rede.
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Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.