Ouro enfrenta sua maior sequência negativa: 7 meses de queda
O ouro fechou seu sétimo mês negativo consecutivo em outubro – sua sequência mais longa registrada.
O ano de 2022 foi bastante doloroso para os investidores, com a maioria dos ativos caindo com força. A indústria de criptomoedas não é diferente. O Bitcoin, por exemplo, caiu cerca de 70% desde seu pico em novembro de 2021.
O ouro, no entanto, é frequentemente apontado como a escolha de hedge preferida em tempos de incerteza, alta inflação, guerras etc. Como tal, pode-se supor que tenha sido o melhor desempenho deste ano. Contudo, seus movimentos de preços nos últimos sete meses retratam uma história diferente.
Sequência negativa de 7 meses do ouro
A ideologia de que o metal precioso está entre as melhores ferramentas de hedge contra a inflação existe há anos, dada a longa história do ativo. Observando seu gráfico em relação ao dólar, percebe-se tal mérito, principalmente após a retirada do padrão-ouro.
Mas alguma coisa mudou ultimamente? Não há dúvida de que o mundo está passando por tempos difíceis a partir de agora, com uma guerra em andamento na Europa Oriental, taxas de inflação disparando para máximas de várias décadas, escassez de certos bens, medos de invernos rigorosos e até mesmo regimes de eletricidade potenciais em alguns países bem desenvolvidos.
Isso deve criar as condições perfeitas para o ativo que deveria proteger nesses tempos de incerteza, certo? E este foi certamente o caso até março deste ano, quando XAU/USD atingiu um pico local de quase US$ 2.100 por onça.
No entanto, o cenário começou a mudar quando os EUA e outros países decidiram combater a inflação aumentando as taxas de juros. Em vez de ir mais ao norte, o ouro reverteu sua trajetória e entrou em sua sequência negativa mais longa – sete meses consecutivos fechando abaixo do anterior.
O metal precioso encerrou outubro em US$ 1.630 – ou um declínio de mais de 22% desde o pico de março, e talvez seja por isso que alguns analistas questionam o status do ouro como hedge de inflação.
Vale a pena notar que revistas conceituadas como a Forbes alertaram no passado que o metal serve como um “hedge de inflação eficaz”, mas apenas “em um horizonte de tempo extremamente longo de mais de um século”. Dados os dados médios de vida útil que variam de 60,4 a 84,9 anos, quem tem tempo para esperar mais de um século?
