A nota mais valiosa do mundo não é suficiente para comprar um Bitcoin

A nota mais valiosa do mundo quase vale um bitcoin, segundo um relato publicado pela Quartz. A nota em questão pertence a Brunei, um dos países mais centralizados do mundo, e tem um dos homens mais ricos do mundo estampado nela.

Leia mais: Indústria financeira afirma que banimento do Google aos cripto anúncios é antiético e injusto

A nota de 10 mil dólares de Brunei, atualmente, vale cerca de US$7584. O Bitcoin, no mesmo período, está cotado a US$7646,33, saindo da marca de US$7460 nas últimas 24 horas. A nota tem o retrato do sultão Hassanal Bolkiah, e começou a ser emitida em 2006.

Hassanal Bolkiah, um dos últimos monarcas absolutistas, é notadamente um dos homens mais ricos do mundo, tendo seu patrimônio avaliado em cerca de US$20 bilhões, graças às vastas reservas de óleo e gás do país, responsáveis por quase toda economia.

Brunei tem menos de 500 mil habitantes, e recentemente adotou a Lei de Sharia, fazendo com que o país fosse criticado por grupos de direitos internacionais ao redor do mundo. Em dezembro, quando muitas das criptomoedas estavam em suas marcas mais altas, o banco central do país alertou seus habitantes em relação às criptos.

Leia mais: Fujitsu lança sistema que transforma “pontos de fidelidade” em tokens

Brunei
Brunei

Tirando de circulação notas com altos valores

O valor do dólar de Brunei é legalmente pareado com o dólar de Singapura, que também tinha uma nota de 10 mil de seus próprios dólares, mas resolveu não mais emiti-las. Notas de alto valor estão sendo tiradas de circulação ao redor do mundo, pois elas tornam mais fácil conduzir atividades ilícitas como financiamento de causas terroristas, lavagem de dinheiro e sonegação de imposto.

Recentemente, a Letônia parou de emitir suas notas de 500 lats, que valem cerca de US$982, após se tornar o décimo terceiro membro da eurozona. Até mesmo a eurozona está abandonando sua nota de 500 euros por conta de preocupações semelhantes. As notas de alto valor de Brunei continuam a ser emitidas, tendo em vista que o país é visto como uma fraca ameaça no que tange lavagem de dinheiro e financiamento de causas terroristas.

A Suíça, que está realizando um estudo sobre os riscos e benefícios de emitir sua criptomoeda estatal, chamada “e-franco”, tem resistido à pressão para interromper a emissão de suas notas de 1000 francos, que atualmente totalizam mais de 40% das notas em circulação.

Segundo o Fundo Monetário Internacional, uma maleta com apenas notas de 100 dólares ficaria 70% cheia, enquanto uma maleta com a maior nota de Brunei ficaria apenas 1,5% cheia. A facilidade de transporte torna essas notas ideais para criminosos, sugere o artigo. Um argumento semelhante, falando sobre a natureza semi anônima do Bitcoin, também foi usada contra as criptomoedas no passado.

Leia mais: Binance investe em plataforma de e-sports baseada em blockchain

Fonte: CCN