Alt5 Sigma sob pressão com auditor e risco na Nasdaq
Alt5 Sigma enfrenta um período de forte escrutínio após a divulgação de que a empresa contratou um auditor sem licença adequada. A informação surgiu em um relatório do Financial Times. Além disso, a companhia já lida com o risco de ser removida da Nasdaq por pendências regulatórias.
Auditor sem licença intensifica dúvidas sobre governança
O auditor contratado possui histórico de reprovação em processos de revisão por pares e não detém permissão válida para atuar. Esse cenário amplia questionamentos sobre a qualidade das auditorias internas e sobre a capacidade da empresa de manter padrões adequados de conformidade. No entanto, o problema surge em um momento sensível, já que a Nasdaq notificou a companhia por falhas no envio de um relatório trimestral obrigatório.
Ainda que exista prazo para corrigir a pendência, o risco de deslistagem preocupa investidores. Portanto, a empresa precisa apresentar respostas rápidas para restabelecer a confiança do mercado.
Relacionamento com World Liberty Financial atrai atenção política
O envolvimento da Alt5 Sigma com a World Liberty Financial também contribui para o aumento da pressão. A WLF possui forte ligação com a família Trump e uma entidade associada ao ex-presidente controla 60 por cento do projeto, além de ter direito a 75 por cento das receitas líquidas das vendas de tokens.
Assim, a participação direta de Donald Trump, Eric Trump e Donald Trump Jr. no ecossistema amplia a relevância política da parceria e aumenta a atenção de reguladores. Esse cenário adiciona uma camada extra de análise sobre cada movimento da Alt5 Sigma.
Trocas na liderança após acordo bilionário
Meses antes das revelações sobre o auditor, a empresa fechou um contrato para comprar até US$ 1,5 bilhão em tokens da WLF. O acordo poderia direcionar mais de US$ 500 milhões à família Trump. Logo após o anúncio, mudanças significativas ocorreram na liderança.
O CEO interino Jonathan Hugh deixou o cargo, seguido pelo COO Ron Pitters. A empresa afirmou que as saídas não estavam relacionadas a condutas irregulares, mas evitou maiores explicações. Além disso, a mudança marcou o segundo desligamento de um CEO em um curto intervalo.
Novos nomes fortalecem influência política
Com a reestruturação, Zachary Witkoff, aliado de Trump, assumiu a presidência do conselho. Além disso, Zachary Folkman e Eric Trump passaram a integrar o conselho como observadores sem direito a voto. Donald Trump Jr. também participou da cerimônia de toque de sino na Nasdaq para celebrar a parceria entre as duas empresas.
Pressões legais internacionais aumentam incertezas
No período em que o acordo com a WLF foi assinado, uma subsidiária da Alt5 Sigma já enfrentava condenação por lavagem de dinheiro em Ruanda. O executivo ligado ao grupo, Andre Beauchesne, também foi condenado, embora ambos tenham recorrido e alegado serem vítimas de fraude. No entanto, documentos enviados posteriormente à SEC revelaram que o conselho só tomou conhecimento formal do caso semanas após a conclusão do contrato.
Após a revelação interna, o CEO Peter Tassiopoulos foi suspenso e Tony Isaac assumiu como CEO interino. Assim, a empresa viveu nova instabilidade administrativa em meio aos desafios regulatórios e jurídicos.
O conjunto de problemas envolvendo auditoria irregular, risco de deslistagem, mudanças na liderança e processos legais internacionais coloca a Alt5 Sigma em um cenário de incerteza. Além disso, cada novo desenvolvimento reforça a necessidade de reorganização profunda após o acordo firmado com a World Liberty Financial.