Americana é condenada a 13 anos de prisão por usar criptomoedas para financiar o Estado Islâmico

Uma mulher de Nova York enviou mais de US$ 150.000 ao Estado Islâmico (ISIS), sendo boa parte desse valor em criptomoedas

Na última sexta-feira uma mulher norte-americana foi condenada a 13 anos de prisão por enviar mais de US$ 150.000 à organização terrorista Estado Islâmico (ISIS) – grande parte desse valor em Bitcoin e outras criptomoedas.

Zoobia Shahnaz, de Long Island, Nova York, se declarou culpada em novembro de 2018 por fornecer apoio material a uma organização terrorista estrangeira.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou na sexta que Shahnaz enviou mais de US$ 150.000 para pessoas e grupos afiliados ao ISIS no Paquistão, China e Turquia. O dinheiro foi levantado de forma fraudulenta – como parte de seu assalto, Shahnaz usou cartões de crédito roubados para comprar cerca de US$ 62.000 em Bitcoin e outras criptomoedas.

Shahnaz também planejava se mudar para a Síria para se juntar ao ISIS, tendo pesquisado o grupo online. Uma propaganda relacionada ao Jihad – incluindo uma foto de um cinto de suicídio e uma visão noturna – foi encontrada em sua casa em Long Island, segundo o Departamento de Justiça.

Shahnaz, que já havia trabalhado como técnica de laboratório em um hospital de Manhattan, foi presa no Aeroporto Internacional John F. Kennedy em 31 de julho de 2017 enquanto tentava embarcar em um voo para a Turquia – um ponto de entrada comum para a Síria, de acordo com o Departamento de Justiça.

Terrorismo com hábito de usar cripto

Usar criptomoedas para financiar o terrorismo não é novidade. Conforme relatado pelo Decrypt, um relatório divulgado no ano passado pelo Middle Eastern Media Research Institute, com sede em Washington, DC, revelou que vários grupos terroristas – entre eles ISIS, Al-Qaida, Hamas e Irmandade Muçulmana – usam o aplicativo de mensagens Telegram para implementar estratégias envolvendo criptomoedas e ataques coordenados.

Em resposta à crescente ameaça, os reguladores financeiros em todo o mundo aumentaram as contramedidas que impedem os terroristas de usar criptomoedas para arrecadar fundos para campanhas.

A Força-Tarefa de Ação Financeira que estabelece padrões globais para medidas contra lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo recomendou que os governos implementem políticas que exigem que as empresas de cripto compartilhem informações sobre clientes entre si ao processar transações.

Talvez à frente da curva, os terroristas não estejam confiando totalmente nas criptomoedas. Para os terroristas, o dinheiro físico ainda é rei, de acordo com um relatório divulgado no ano passado, já que é mais fácil de gerenciar do que cripto.

Fonte: Decrypt

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.