Após dois anos resistindo Rússia se rende ao Telegram
Rússia admite derrota – depois de dois anos tentando bloquear o popular aplicativo de mensagens, Telegram.
As autoridades Rússia desistiram de tentar impedir que seus cidadãos acessem o Telegram. A medida, anunciada na quinta-feira, foi descrita pela mídia russa como uma rara e humilhante derrota do presidente Vladimir Putin – uma admissão de que as tentativas das autoridades de bloquear o Telegram, que tem quase meio bilhão de usuários em todo o mundo, falharam.
Roskomnadzor, que sucedeu a KGB como órgão de fiscalização de comunicações da Rússia, disse que a proibição foi suspensa porque o fundador do aplicativo, Pavel Durov, estava agora preparado para moderar e remover a propaganda extremista.
Alexander Gorbunov, um trader de criptomoedas e autor do popular blog político StalinGulag, no Telegram, saudou o desbloqueio como uma vitória ideológica.
“[As autoridades] não podiam fazer nada para limitar o acesso ao Telegram, a equipe do app acabou sendo muito mais competente e tecnicamente preparada do que o departamento do governo”.
Um tribunal de Moscou impôs a proibição em abril de 2018, depois que Durov se recusou a cooperar com as autoridades e compartilhar as chaves de criptografia – o que lhes daria acesso aos dados dos usuários.
A proibição causou problemas para milhares de empresas russas comuns. Enquanto Roskomnadzor lutava contra o Telegram, levou mais de 16 milhões de endereços IP offline (incluindo seu próprio site) e, inadvertidamente, cortou muitas empresas da Internet. Mas os russos encontraram maneiras de contornar a proibição, auxiliados pelo próprio Telegram.
Os legisladores apresentaram um projeto de lei para desbloquear o aplicativo no início deste mês, já que a proibição comprometeu os esforços para disseminar informações sobre a pandemia de coronavírus.
No início deste mês, Durov anunciou ferramentas aprimoradas para detectar e excluir conteúdo extremista na plataforma – o que preocupava os governos de todo o mundo.
Além do Telegram, Durov é o fundador do projeto de criptomoeda TON, que foi descartado em maio, depois que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA atrasou seu lançamento. Durov também fundou o VKontakte, o equivalente russo do Facebook. No entanto, ele foi forçado a abandonar a plataforma e fugir da Rússia quando se recusou a cooperar com as autoridades.
https://twitter.com/EmilyCSherwin/status/1104723594062544896?s=20
“Um manifestante no protesto de hoje pela liberdade na Internet está segurando um santo “ícone” de Pavel Durov, criador do #Telegram. O órgão de vigilância da mídia da Rússia tentou, sem sucesso, bloqueá-lo por não entregar suas chaves de criptografia aos serviços de segurança.”
Apesar da suspensão de bloqueio do Telegram, Putin tem estado ocupado aprovando legislação para aumentar os poderes de vigilância do estado. Os planos para uma internet soberana foram aprovados no ano passado, permitindo que os censores bloqueiem e filtrem o conteúdo de maneira semelhante à da Internet chinesa.
Se isso acontecer, o Telegram poderá sofrer na Rússia mais uma vez.
Fonte: Decrypt
Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.