Após o bCPF, Receita Federal planeja manter dados envolvendo CNPJ em uma blockchain
Receita Federal expande seus esforços com tecnologia blockchain
Neste fim de semana, foi noticiada aqui no Webitcoin a disponibilização do bCPF por parte da Receita Federal. A iniciativa visa facilitar o compartilhamento de dados do Cadastro de Pessoas Físicas, armazenando as informações em uma blockchain.
No dia 20 de março, o portal brasileiro CIO noticiou que a Receita Federal não planeja limitar seus esforços no cadastro de pessoas físicas, afirmando que o órgão também disponibilizará para o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – sendo a iniciativa nomeada bCNPJ.
A Coordenadora-geral de Tecnologia e Segurança da Informação da Receita Federal do Brasil, Cláudia Maria de Andrade, falou ao veículo de notícias sobre a utilização da tecnologia blockchain em iniciativas para manutenção de dados:
“Com o Blockchain, tenho uma solução que é segura e com um custo bem inferior em relação a um modelo de webservice, por exemplo.”
Tais iniciativas facilitam o compartilhamento de informações entre diferentes repartições. No caso do CPF, por exemplo, a RFB mantém mais de 800 convênios de troca de informação com outras instituições.
Falando sobre trabalhar com a tecnologia blockchain em um órgão como a Receita Federal, Cláudia afirma:
“Tenho que ter uma solução que seja escalável. E também analisar qual a capacidade desta solução para os meus diversos processos de trabalho.”
Ainda de acordo com a publicação original, o projeto bCNPJ já está pronto e deve ser lançado em breve. A notícia menciona ainda outros dois projetos, b-Connection e do b-Protocol, mas sem detalhá-los.
Cenário brasileiro está se tornando mais aberto
O cenário das criptomoedas no Brasil está, aos poucos, criando aberturas para o florescimento de novas tecnologias. O novo presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, afirmou em mais de uma ocasião que já teve a oportunidade de estudar sobre a tecnologia blockchain e criptomoedas.
Em seu discurso de posse, Campos Neto afirmou que adotará um conjunto de medidas para redução de custos e simplificação de regras tributárias, além de fomentar o avanço em diversas áreas da tecnologia financeira, entre elas a blockchain.
Durante o fórum BlockchainGov, realizado no dia 4 de dezembro do ano passado, o Diretor de Estratégias e Transformação do BNDES, Ricardo Ramos, adotou uma postura bem aberta em relação à esta tecnologia.
“Muito ajuda quem não atrapalha. A diretoria do banco fez o papel dela na questão de inovação, pois o mais difícil em deixar florescer a inovação é não matar a ideia na partida. Talvez não seja a ideia inicial que floresça, mas ela dará frutos e abrirá caminhos. Se você mata a ideia em seu ponto de partida, você não recebe a inovação em sua outra ponta.”
Seu tom sóbrio sobre a tecnologia blockchain, reconhecendo ser um novo desenvolvimento e não saber para qual direção ela seguirá, mostra que há espaço para discussões sobre o tema – ainda que apenas junto a algumas instituições brasileiras.
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