Apple anuncia mega investimento de US$ 100 bilhões nos EUA

Apple anuncia investimento de US$ 100 Bilhões nos EUA


A Apple surpreendeu o mercado ao anunciar um novo investimento de US$ 100 bilhões em território norte-americano. A iniciativa reforça o compromisso da gigante da tecnologia com a expansão da sua cadeia produtiva dentro dos Estados Unidos. Segundo Financial Times, Tim Cook, CEO da empresa, ao lado do presidente Donald Trump, quem revelou o plano durante um evento oficial na Casa Branca.

Estratégia nacional com foco em produção

O investimento de US$ 100 bilhões somado a compromissos anteriores, eleva o total para US$ 600 bilhões para aplicação em quatro anos. A medida busca fortalecer o Programa de Manufatura Americana, focado na fabricação de componentes em solo nacional. Apesar disso, a montagem final dos iPhones ainda continuará sendo feita fora do país.

Apple já tinha diversos contratos com fornecedores locais, como Corning e Texas Instruments, a nova rodada de investimentos amplia essa atuação. Serão criadas parcerias com empresas como Coherent e GlobalFoundries. A companhia planeja expandir sua colaboração com a TSMC, responsável por chips avançados utilizados em iPhones e Macs.

O anúncio gerou reações positivas no mercado financeiro. As ações da Apple subiram cerca de 5% no dia da revelação. Esse movimento mostra que investidores aprovaram a estratégia adotada por Tim Cook. Ao mesmo tempo, especialistas apontam que parte desse investimento já estava sendo planejado anteriormente, o que reforça a ideia de continuidade e não de ruptura.

A decisão também ocorre em um momento de tensão comercial. A política de tarifas adotada pelo governo Trump pressiona grandes empresas a internalizar parte de sua produção. Nesse cenário, a Apple decidiu se antecipar. Além disso, o anúncio tem peso político, pois demonstra sintonia entre a empresa e o governo.

Ainda que não se trate de uma mudança radical na estrutura global da Apple, há, sim, um redirecionamento estratégico. Isso porque a fabricação de componentes essenciais passará a ser realizada em território norte-americano. Por consequência, a dependência externa será reduzida gradualmente.

Tim Cook evita tarifas com diplomacia

Segundo fontes próximas ao governo, Tim Cook tem exercido papel diplomático junto ao presidente Trump. O CEO é visto como uma ponte entre o setor privado e o alto escalão da política. Em diversas ocasiões, Cook teria conseguido evitar o aumento de tarifas para a Apple, por meio de negociações diretas com a Casa Branca.

Por essa habilidade de interlocução, ele tem sido chamado de “sussurrador de Trump”. A estratégia de se alinhar com o governo pode parecer arriscada. No entanto, trouxe resultados positivos tanto para a empresa quanto para os consumidores. Afinal, ao evitar novas tarifas, a Apple conseguiu manter os preços dos produtos estáveis.

Além disso, essa postura proativa reduz incertezas no mercado. Em vez de adotar um tom confrontativo, Tim Cook optou pelo diálogo e pela diplomacia. A empresa, portanto, consegue manter sua estrutura global, enquanto fortalece suas operações nos Estados Unidos.

Outro ponto importante é a diversificação dos investimentos. O plano da Apple contempla diferentes regiões do país. Fábricas de vidro na Carolina do Sul, unidades de semicondutores no Texas e projetos de ímãs de terras raras na Califórnia fazem parte da iniciativa.

Ao escolher parceiros locais, a empresa estimula a economia interna. Como resultado, mais empregos serão criados em setores estratégicos. Esse impacto social também conta pontos com o eleitorado, especialmente em ano de eleições presidenciais. Por esse motivo, a decisão tem implicações econômicas e políticas.

Acordos e impactos de longo prazo

O impacto do investimento não será imediato. Entretanto, ao longo dos próximos anos, espera-se um fortalecimento da base industrial norte-americana. A Apple, com sua capacidade de inovação e liderança de mercado, pode influenciar outras empresas do setor.

Com isso, o país avança no objetivo de reduzir sua dependência tecnológica da Ásia. Isso se torna especialmente relevante em um cenário geopolítico instável. A pandemia e os conflitos comerciais deixaram claro o quanto cadeias globais podem ser vulneráveis.

Ao transferir parte da produção de componentes, a Apple assume custos maiores no curto prazo. Contudo, os benefícios futuros, como resiliência e independência industrial, justificam a decisão. Além disso, essa mudança pode impulsionar novos investimentos em tecnologia e infraestrutura nos EUA.

Ainda é cedo para avaliar todos os efeitos da medida. Porém, a sinalização de longo prazo é clara: a Apple pretende ser vista como uma empresa americana em sua essência. Ao mesmo tempo, não abandona sua estrutura global, apenas a reequilibra com foco estratégico.

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