Artistas NFT cubanos sofrem com embargos dos EUA

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CryptoCubans trabalha na promoção de trabalhos de artistas do oprimido país da América Central. Imagem: Reprodução

Devido à pandemia, profissionais artísticos tiveram de cessar suas atividades econômicas; NFTs ajudaram a burlar o sistema.

Resistência digital

A ditadura cubana ordenou o fechamento total do mercado artístico durante a pandemia. Artistas do país, conhecido pela extrema pobreza e acentuadas desigualdades sociais, descobriram nos tokens não fungíveis (NFTs) uma forma de burlar as sanções governamentais e continuar a fazer dinheiro nos momentos mais difíceis.

Alguns criadores de conteúdo passaram a converter seus trabalhos em conteúdos digitais, vendendo-os em plataformas de negociação especializadas.

Porém, alguns deles afirmam que os Estados Unidos continuam censurados devido às sanções impostas contra Cuba. O governo ordenou a exclusão de conteúdos e contas vinculadas ao país na OpenSea, maior plataforma de NFTs do mundo.

Início da censura

O processo de censura foi iniciado com o fechamento da Fábrica de Arte Cubano, em janeiro deste ano. Trata-se de uma galeria focada em promover trabalhos de artistas menos conhecidos.

Em entrevista ao Cointelegraph, Gabriel Bianchini, fundador do projeto CryptoCubans, disse que “as sanções do embargo são tão vagas que as plataformas preferem não correr o risco e fechar nossas contas”.

Bianchini continua:

“Ajudei a integrar muitos artistas à Web3. Então, a OpenSea começou a bloquear os artistas cubanos, um após o outro. Parei de usar esse mercado completamente quando soube que eles estavam censurando por causa do embargo.”

A censura afeta também a segurança digital dos cubanos: segundo a reportagem, o artista cubano Avinro afirma que softwares antivírus não funcionam adequadamente no país, deixando os usuários mais vulneráveis que em outros países. Ele foi infectado por um criminoso e perdeu o acesso à sua carteira, bem como de suas contas em plataformas NFT.

Por fim, Bianchini disse:

“Não há nada mais independente que um contrato inteligente. Depois de saber como programá-los, não há como pará-lo. O que aconteceu com a Fábrica de Arte foi um alarme para mostrar à comunidade um novo rumo. Acredito que vamos construir nossa independência, porque agora temos essa chance.”

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.