Bilhões em jogo: baleias voltam a acumular BTC enquanto previsões ousadas projetam alta histórica

Investidores institucionais despejam bilhões em BTC enquanto Arthur Hayes prevê US$ 1 milhão por unidade até 2028, apesar da pressão vendedora dos mineradores.
Após meses de turbulência nos mercados globais causados pelas políticas econômicas do presidente dos EUA, Donald Trump, o Bitcoin parece ter reencontrado seu fôlego — impulsionado tanto pelo alívio geopolítico quanto por um renovado apetite institucional. Em destaque, as baleias do BTC voltaram ao mercado com força, adquirindo mais de 43 mil bitcoins em apenas duas semanas, um valor próximo a US$ 4 bilhões.
Segundo dados do analista Ali Martinez, essa onda de compras marca uma reversão clara do comportamento observado no início do ano, quando esses grandes investidores haviam liquidado mais de 6.800 BTC em apenas sete dias. A atual retomada da acumulação coincide com o aumento dos aportes em ETFs de Bitcoin à vista, que receberam cerca de US$ 3,9 bilhões desde meados de abril. Empresas como Strategy, Metaplanet e Semler Scientific também continuam reforçando suas reservas da criptomoeda.
Em contrapartida, os mineradores — fundamentais para a operação da rede — parecem estar aproveitando o momento para realizar lucros. Desde o início da recuperação de preços, suas reservas diminuíram em cerca de US$ 850 milhões, com a venda de aproximadamente 943 BTC. Esse movimento evidencia uma dinâmica de mercado onde forças de compra e venda se equilibram, ainda que com propósitos distintos.
Enquanto isso, os ventos macroeconômicos sopram a favor de narrativas ainda mais ambiciosas. Durante a conferência Token2049 em Dubai, Arthur Hayes, cofundador da BitMEX, reafirmou sua previsão ousada de que o Bitcoin atingirá US$ 1 milhão até 2028. Segundo ele, a combinação de déficits fiscais, colapso do mercado de títulos e uma inevitável retomada da impressão de dinheiro pelo Federal Reserve criará o cenário ideal para uma valorização explosiva do BTC.
Hayes traça paralelos com o cenário de 2022, quando o medo dominava os mercados após falências em massa no setor cripto e aperto monetário do Fed. Naquele momento, uma injeção silenciosa de US$ 2,5 trilhões no mercado de recompra ajudou a manter ativos de risco vivos — incluindo o Bitcoin. Agora, com novas tarifas sendo implementadas pelo governo Trump e sinais de instabilidade no mercado de Treasuries, Hayes acredita que o ciclo está prestes a se repetir.
Apesar de uma leve queda de 0,4% nas últimas 24 horas, o Bitcoin acumula uma alta de mais de 13% nas últimas duas semanas e cerca de 49% nos últimos 12 meses.
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