Banco Central da Argentina testa blockchain para nova camada de liquidação interbancária

O Banco Central da Argentina está testando um sistema de compensação movido a blockchain que pode ser usado pelas maiores instituições financeiras do país.

O desenvolvedor da Blockchain, IOV Labs, disse na terça-feira que criou uma prova de conceito para uma rede de blockchain autorizada, baseada na RSK Smart Contract Network, em conjunto com o banco central e os principais bancos comerciais da Argentina, incluindo Santander e BBVA.

A solução visa acelerar os pagamentos fiduciários, torná-los mais confiáveis e introduzir rastreabilidade de ponta a ponta, disse o desenvolvedor.

“Ao implementar esse tipo de plataforma, o sistema financeiro poderá construir um ecossistema colaborativo integral, alinhado aos atuais avanços tecnológicos modernos e a par dos sistemas financeiros mais inovadores do mundo”, disse Diego Gutiérrez Zaldívar, CEO da IOV Labs.

 

“Dadas as circunstâncias globais que estamos enfrentando, precisamos agora mais do que nunca usar a tecnologia para otimizar processos e fornecer melhores serviços aos nossos cidadãos”, acrescentou.

Os participantes da rede incluirão o BCRA, bancos, câmaras de compensação e outras entidades financeiras. Enquanto atualmente na fase de testes, o IOV e o BCRA disseram que a nova rede poderia formar a base para um sistema de compensação alternativo.

Embora o banco central da Argentina tenha sido um dos primeiros a analisar as eficiências criadas pela blockchain, também adotou uma visão sombria das criptomoedas. Emitiu uma declaração já em 2014, dizendo aos cidadãos que não podiam usar ativos digitais como bitcoin de forma legal e aviso de possível fraude.

Um dos objetivos da prova de conceito iniciada pelo BCRA era também demonstrar que existem outros casos de uso viáveis para a tecnologia blockchain além das criptomoedas, em particular o uso de contratos inteligentes.

A nova camada testada pelo BCRA segue as mesmas linhas de uma iniciativa semelhante de blockchain, também baseada no RSK, hospedada pelo distribuidor de gás primário do país no início deste ano. Conhecida como Gasnet, a ideia era usar livros distribuídos para trazer novas eficiências ao processo de certificação de gás acumulado na Argentina.

Enquanto outros bancos centrais avançam no desenvolvimento e na emissão de suas próprias moedas digitais, ainda não está claro se a camada de liquidação interbancária em desenvolvimento do BCRA poderá um dia formar a base para um peso digital.

Fonte: CoinDesk

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Foto de Bruno Lugarini O autor:

Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.