Bancos Centrais não estão longe de emitirem as próprias moedas digitais, diz membro do BIS
Bancos Centrais emitirão em breve as próprias moedas digitais
De acordo com Agustín Carstens, gerente geral da Banco de Compensações Internacionais (BIS), há a possibilidade dos bancos centrais emitirem as próprias moedas digitais mais cedo do que o esperado.
Durante uma conversa com o site de notícias Financial Times, Carstens afirmou que o BIS apoia a criação de versões digitais de moedas estatais, acrescentando que diversos bancos centrais já andam por este caminho.
Por outro lado, Agustín afirma que primeiro é necessário haver evidências da demanda por uma moeda digital emitida por um banco central, destacando que ainda não está claro se está é o caso atualmente.
Em março o gerente mostrou uma postura contrária ao mercado de criptomoedas, afirmando que o lançamento de criptoativos com suporte bancário central poderia minar a estabilidade financeira. Carstens também é conhecido por sua falta de simpatia com o Bitcoin, maior criptomoeda do mercado.
Tanto para ele, quanto para muitos opositores, as moedas digitais são como instrumentos especulativos que não podem ser descritos como dinheiro devido à sua volatilidade, em contraste com as moedas estatais mais usadas (como o dólar e o euro).
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Aparentemente, o sentimento começou a mudar com as notícias do lançamento da Libra, stablecoin do Facebook que poderá ser viabilizada a todos os usuários da plataforma e do WhatsApp, levando o setor a novos níveis de adoção e visibilidade.
De acordo com um relatório do BIS, moedas digitais emitidas por grandes empresas de tecnologia podem representar uma ameaça em potencial à concorrência, visto as grandes chances de se estabelecerem em uma posição dominante.
O gerente afirma que um modo simples de proteger a economia e a população da “ameaça” é a aplicação de leis antilavagem de dinheiro, ponto no qual recebe apoio de François Galhau, Presidente do Banco Central da França.
Como noticiado anteriormente pelo WeBitcoin, Galhau declarou que a Libra deve buscar conformidade com as leis antilavagem de dinheiro caso haja espaço para aprimorar pagamentos transfronteiriços.
De acordo com ele, o projeto ainda não foi esclarecido. Destacando a incerteza quanto à reserva de valor por trás da stablecoin, ele aponta que não foram revelados detalhes sobre as moedas que compõe sua garantia, ou informações sobre suas volatilidades, afirmando que as respostas de tais perguntas são cruciais aos portadores.
Simpatizante das criptomoedas, após cursar Arquitetura e Urbanismo, reavivou um antigo gosto pela escrita e atualmente trabalha como redatora do WeBitcoin.