Bancos dos EUA avançam em serviços ligados ao Bitcoin

O Bitcoin ganhou ritmo no movimento que aproxima os maiores bancos dos EUA. Segundo o CEO da Strategy, Phong Le, algumas das maiores instituições financeiras do país iniciaram conversas estruturadas para desenvolver serviços voltados ao ativo digital. Além disso, a pressão competitiva de plataformas cripto que já atraem milhões de clientes tem acelerado essa mudança dentro do setor bancário tradicional.

Os bancos, conforme comentou Le, perceberam que ignorar o avanço do Bitcoin já não é mais uma opção. Nos últimos anos, empresas como Coinbase e Fidelity passaram a captar parte do fluxo de clientes que antes permanecia nas instituições tradicionais. Portanto, os bancos começaram a discutir soluções básicas de custódia e negociação, permitindo que seus clientes operem Bitcoin sem migrar para plataformas externas.

Segundo o executivo, os bancos enxergam o ativo como uma nova categoria de conta dentro de suas estruturas. Assim, o Bitcoin seria tratado como uma opção adicional em meio a contas correntes e de poupança, mas com foco no mercado digital. A partir dessa base, surgem debates sobre como ampliar a oferta e criar produtos mais robustos ligados ao ativo.

Grandes bancos exploram crédito e rendimento com Bitcoin

Nessa fase seguinte, Le descreveu um caminho que inclui a criação de produtos de crédito lastreados em Bitcoin. No entanto, embora operações privadas desse tipo já existam, os bancos buscam padronizar e institucionalizar esses serviços. Além disso, entram em pauta estruturas que permitam gerar rendimento sobre o ativo digital, oferecendo retorno mais previsível aos investidores.

Com o avanço das discussões, as instituições começam a convergir para um modelo semelhante ao da Strategy, que utiliza Bitcoin como colateral para desenvolver instrumentos financeiros mais complexos. Entre eles, surgem valores mobiliários lastreados no ativo, que podem ser distribuídos e negociados de forma parecida com títulos tradicionais.

Le afirmou ainda que há interesse crescente no chamado crédito digital, conceito que envolve a emissão de ativos preferenciais vinculados ao Bitcoin. Em uma etapa mais avançada, essa estrutura abriria espaço para produtos considerados uma forma de dinheiro digital lastreado no ativo. Assim, segundo ele, seria possível entregar rendimentos estáveis entre oito e nove por cento, valorizando a presença do ativo no sistema bancário.

Instituições ampliam debate sobre colateral baseado em Bitcoin

Essa visão se conecta às declarações recentes de Michael Saylor, cofundador da Strategy. Ele afirmou que o Bitcoin está se tornando um colateral global e que grandes instituições já estudam crédito baseado tanto no ativo quanto em derivativos associados. Além disso, Saylor revelou que nomes como BNY Mellon, Wells Fargo, Bank of America, Charles Schwab, JP Morgan e Citi buscaram conversas diretas sobre modelos de crédito ligados ao Bitcoin.

As falas de Le e Saylor reforçam a percepção de que o interesse institucional deixou de ser superficial. Portanto, os bancos buscam reduzir a distância que os separa de empresas especializadas em cripto, construindo serviços que vão desde custódia básica até produtos financeiros sofisticados. Essa transição indica um movimento coordenado para integrar o Bitcoin ao sistema bancário tradicional.

No momento mencionado nas entrevistas, o Bitcoin permanecia estável em uma faixa estreita no gráfico semanal. Assim, o cenário técnico reforçava a expectativa do mercado enquanto o diálogo entre bancos e empresas do setor evoluía nos bastidores.