Banimento da China: por que o Bitcoin continua subindo?

Desde os embargos impostos pelo governo chinês, o ativo digital mais famoso do mundo valorizou cerca de 50%.

Durante muito tempo, a China foi uma espécie de “líder” no mercado de criptomoedas: a Bitmain, empresa responsável por distribuir boa parte das ASIC Miners do mundo (dispositivos dedicados à mineração de ativos digitais), foi obrigada a se mudar. O mesmo aconteceu com a Binance, a maior exchange do mundo.

O motivo

Faz muitos anos que a China tem criado embargos e proibições para usuários de moedas digitais. Este é o 19o. Contudo, a proibição dessa vez é diferente, pois o país não pretende mais, ao que parece, realizar qualquer tipo de regulação ou controle de fraudes, e sim criminalizar irrestritamente seu uso.

Após o banimento dos mineradores, que ocorreu em maio deste ano, o governo chinês emitiu outra lei, dessa vez proibindo toda e qualquer negociação por meio de criptomoedas. Além disso, todas as empresas de negociações de ativos digitais são consideradas ilegais.

O objetivo, segundo o governo, é conduzir um plano econômico para os próximos cinco anos que seja focado exclusivamente no renminbi, moeda tradicional chinesa. Com isso, a China pretende prevenir que seu mercado interno seja vítima de especulação.

Resultado

Como esperado, todo embargo imposto pela China sempre causou fortes impactos de curto prazo no preço dos ativos digitais. Devido à frequência com que ocorriam, sempre lançou uma cortina de fumaça sobre o sentimento de segurança dos usuários.

Passados 150 dias desde a proibição geral, contudo, parece que o mercado conseguiu se acomodar bem: além do preço do Bitcoin ter subido mais de 50%, o poder de mineração do maior ativo digital do mundo começou a ser descentralizado.

É possível verificar, no site Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index, que o hash rate da rede do BTC, no momento atual, não está com mais da metade de sua força localizada em um só país, e sim distribuída em proporções mais justas entre Rússia, Estados Unidos, Irã, Cazaquistão etc.

Com isso, holders e mineradores continuam confiantes em guardar suas reservas por mais algum tempo, na esperança de que haverá uma valorização ainda maior do ativo no longo prazo.

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.