Bank of America diz não encontrar aplicações blockchain escaláveis
A afirmação da executiva contraria algumas iniciativas do mercado financeiro, com bancos e instituições aderindo às aplicações blockchain.
O Bank of America, uma das maiores instituições bancárias dos Estados Unidos e do mundo, ainda não encontrou interessantes aplicações blockchain para a área de serviços financeiros. A afirmação foi trazida pela diretora e tecnologia do banco, Catherine Bessant, numa entrevista à plataforma especializada em conteúdos financeiros Bloomberg. A executiva afirmou que, ainda que perceba o importante potencial da rede distribuída e acredite em suas aplicações práticas, as pesquisas feitas pelo banco ainda não permitiram encontrar usos escaláveis.
“Estamos experimentando muito, temos mais patentes do que qualquer outra instituição financeira no espaço do blockchain, mas ainda não encontramos algo que faça diferença para nossos clientes”, disse Catherine Bessant.
Mercado tem apostas diferentes
Com uma receita estimada em US $ 91,1 bilhões e atendendo um universo de 51 milhões de consumidores, o Bank of America é tido como uma das maiores instituições financeiras do mundo. A percepção trazida pela CTO da instituição chama a atenção por vir na contramão do trabalho realizado por outros grandes players do segmento. O Banco Santander aplica a tecnologia, por exemplo, para a serviços de transferências internacionais, numa rede que inclui o Brasil e alguns outros países e deve ser expandida.
O banco, que está entre os dez maiores do planeta, já havia mencionado encontrar 25 possíveis usos do blockchain e, no meio de 2018, também anunciou uma parceria com Banrisul, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e SICOOB para trabalhar na implementação do que o grupo chamou de Sistema Financeiro Digital (SFD). O serviço, baseado em blockchain, tem foco em permitir a transferência de recursos entre correntistas de todos os cinco bancos envolvidos.
Jornalista desde sempre interessada pelos canais digitais, tem se dedicado à estratégia e produção de conteúdos. Em 2018, se aproximou da temática das criptomoedas e atua como redatora de projetos do mercado financeiro digital.