Bitcoin avança após volatilidade em dezembro

Bitcoin mostrou sinais de recuperação após um dezembro marcado por forte instabilidade. O ativo acumulou queda de quase 9% no mês, mas análises da VanEck indicam que o mercado pode estar entrando em fase mais saudável.

Segundo o relatório da ChainCheck, a atividade on-chain segue fraca. No entanto, avanços em liquidez e queda na alavancagem especulativa começam a melhorar o ambiente geral. Assim, investidores de longo prazo encontram condições mais equilibradas, mesmo após semanas de turbulência.

Os grupos de investidores também mostram comportamentos distintos. ETPs reduziram exposição, enquanto empresas classificadas como Digital Asset Treasuries ampliaram compras. Em dezembro, acumularam 42 mil BTC, maior nível desde julho. Portanto, o total mantido por essas companhias ultrapassa 1 milhão de BTC, reforçando a tendência de acumulação corporativa.

A VanEck destaca ainda que algumas DATs passaram a usar ações preferenciais para financiar operações com menor diluição. Esse movimento revela visão estratégica e foco em expansão sustentável.

Movimentações on-chain e comportamento de holders

Na análise on-chain, tokens armazenados entre um e cinco anos tiveram movimentações relevantes. Isso pode indicar realização de lucro ou ajustes de portfólio. Além disso, moedas com mais de cinco anos permanecem quase intactas, mostrando confiança dos investidores antigos.

No setor de mineração, o cenário também traz desafios. O hashrate caiu 4% em dezembro, a maior retração desde abril de 2024. A queda ocorreu após operações em Xinjiang reduzirem atividade devido a pressões regulatórias. Assim, os custos de eletricidade necessários para manter rigs modernos diminuíram, pressionando margens.

Historicamente, períodos de queda no poder computacional podem funcionar como indicadores contrários. Em ciclos anteriores, reduções intensas de hashrate foram seguidas por movimentos positivos entre 90 e 180 dias.

A análise considera o modelo GEO da VanEck, baseado em liquidez global, alavancagem e comportamento on-chain. Apesar da fraqueza no último fator, a melhora em liquidez e a acumulação por DATs ajudam a equilibrar o cenário.

Mercado macroeconômico e dinâmica de volatilidade

No ambiente macroeconômico, o dólar dos EUA recuou e se aproximou das mínimas de três meses. Metais preciosos avançaram. No entanto, o Bitcoin e outras criptos mantêm pressão vendedora.

Além disso, o conceito de everything exchanges vem ganhando força. Plataformas modernas, como a Coinbase, ampliaram recursos e mercados disponíveis. Esse avanço pode fortalecer a liquidez do ativo ao longo dos próximos meses.

A volatilidade mais moderada também chama atenção. Mesmo após anos de alta, o Bitcoin não apresenta movimentos extremos recentes. Portanto, a VanEck sugere que os ciclos atuais são menos agressivos, com picos e correções mais suaves.

A empresa avalia que o momento é de correção natural. Investidores especulativos diminuem participação, holders antigos mantêm posições e instituições ampliam compras. Assim, sinais de capitulação de mineradores e melhora macroeconômica podem abrir espaço para avanços no início de 2026.

De acordo com a VanEck, a reorganização estrutural já aparece no comportamento de oferta e demanda. A entrada institucional, ajustes na mineração e maior maturidade do mercado podem marcar o início de fase mais estável para o Bitcoin.

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