Bitcoin avança com sinais otimistas após dezembro volátil

Bitcoin atravessou um dezembro marcado por forte instabilidade, com queda próxima de 9% no quarto trimestre de 2025. No entanto, o relatório ChainCheck, divulgado pela VanEck, apontou melhora gradual na liquidez e sinais de recuperação no mercado. Assim, o período turbulento começa a mostrar indicadores positivos para investidores de longo prazo.

Segundo a gestora, a atividade onchain segue fraca, embora o mercado tenha passado por um reset de alavancagem especulativa. Além disso, esse movimento abriu espaço para um otimismo moderado, sustentado pela atuação das Digital Asset Treasuries.

Acumulação institucional e comportamento dos investidores

As Digital Asset Treasuries intensificaram compras durante as últimas quedas, acumulando 42 mil BTC, maior volume desde julho. Com isso, o grupo ultrapassou 1 milhão de BTC sob controle. Enquanto isso, investidores de ETPs reduziram exposição, demonstrando migração do varejo especulativo para estratégias corporativas mais sólidas.

A VanEck observou que algumas DATs adotaram métodos alternativos de financiamento, como emissão de ações preferenciais. Portanto, essas ações reforçam posturas estruturais e de longo prazo no mercado.

Os dados onchain revelaram ainda uma diferença clara entre detentores de médio e longo prazo. Tokens mantidos entre um e cinco anos registraram maior movimentação recente, sugerindo realização de lucros. No entanto, moedas armazenadas há mais de cinco anos permaneceram estáveis, indicando forte convicção dos investidores mais antigos.

Pressão sobre mineradores e impacto no hashrate

Em dezembro, mineradores enfrentaram desafios intensos. O hashrate registrou queda de 4%, o maior declínio desde abril de 2024. A redução foi influenciada pela diminuição de operações em regiões como Xinjiang, pressionadas por fatores regulatórios. Além disso, custos de operação baixaram para equipamentos mais potentes, indicando margens de lucro menores.

No entanto, a VanEck destacou que recuos no hashrate costumam servir como indicadores contrários e, muitas vezes, antecedem recuperações entre 90 e 180 dias. Assim, a leitura compõe o modelo GEO, que analisa liquidez global, alavancagem do ecossistema e atividade onchain.

A melhora na liquidez e a forte acumulação institucional compensam a estagnação na criação de novos endereços e a queda nas taxas de transação. Portanto, apesar da fraqueza onchain, a estrutura de mercado mostra sinais de ajuste saudável.

Cenário macroeconômico e evolução das exchanges

O dólar dos EUA se desvalorizou ao menor nível em três meses, impulsionando metais preciosos. No entanto, o movimento não aliviou a pressão sobre o Bitcoin e outros ativos digitais. Paralelamente, observadores do mercado apontam para o surgimento de “bolsas de valores”, plataformas que visam integrar ações, criptomoedas e mercados de previsão, aproveitando sistemas de negociação e liquidação baseados em inteligência artificial.

A Coinbase ampliou  sua plataforma ao incluir negociação de ações e futuros, intensificando a competição entre empresas tradicionais e nativas do setor. Além disso, esse avanço pode fortalecer a utilidade do Bitcoin ao longo do tempo, segundo a VanEck.

Mercado entra em fase de consolidação

Apesar de permanecer volátil, o Bitcoin dobrou de valor em dois anos. Entretanto, a ausência de movimentos extremos reduziu expectativas no curto prazo. A VanEck avalia que o mercado vive uma correção estruturada, caracterizada por menor especulação, estabilidade entre detentores antigos e aumento da acumulação institucional.

Assim, o fim de 2025 marca uma fase de consolidação alinhada ao amadurecimento do mercado. A gestora acredita que a recalibração estrutural pode gerar impulsos positivos no início do próximo ano, caso a liquidez siga em alta.

Com a queda do hashrate, a atuação das DATs e o avanço das plataformas de negociação, o curto prazo tende a refletir equilíbrio entre ajustes internos e aumento da participação institucional.