Bitcoin cai para US$ 117 mil após dados de inflação, mas fecha gap da CME
Queda abrupta do Bitcoin derruba US$ 6 bilhões em posições, aciona liquidações em massa e reacende debate sobre possível topo do ciclo.
O Bitcoin sofreu uma correção repentina em 14 de agosto, caindo de mais de US$ 124 mil para menos de US$ 117 mil em poucas horas, o que resultou em quase US$ 1 bilhão em liquidações e mais de 200 mil traders afetados. O movimento coincidiu com a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) dos EUA, que registrou alta mensal de 0,9% em julho — a maior desde junho de 2022 — e avanço anual de 3,3%, bem acima da expectativa de 2,5%.
A pressão vendedora levou o preço a preencher um gap de contratos futuros da CME em US$ 118.335, apontado por analistas como barreira técnica relevante. Após tocar a mínima, o BTC reagiu e voltou a operar próximo de US$ 118 mil, mas ainda distante da máxima histórica de US$ 124.500 alcançada horas antes. Analistas técnicos destacam suporte imediato em US$ 117.500, com risco de queda até US$ 110 mil caso haja rompimento, enquanto resistências críticas estão entre US$ 121.500 e US$ 124 mil.
Apesar da volatilidade, parte do mercado mantém visão otimista no médio prazo. Dados da CryptoQuant mostram que o indicador NUPL (Lucro/Prejuízo Líquido Não Realizado) permanece positivo, sinalizando que a maioria dos investidores ainda está no lucro. No entanto, o índice já registrou dois picos neste ciclo e caminha para um terceiro, padrão que em ciclos passados coincidiu com formações de topos de mercado. Diferente dos ciclos de 2017 e 2021, o atual rali ocorre em ondas graduais, influenciado pelo aumento da participação institucional via ETFs e compras corporativas.
Esse movimento mais estável tem alongado a duração do ciclo, mas com ganhos percentuais menores a cada alta. Para analistas, isso pode reduzir a probabilidade de disparadas extremas no curto prazo, mas mantém a tendência positiva enquanto a liquidez institucional sustentar o mercado.