Bitcoin e Ethereum: Saídas bilionárias e o que os grandes investidores estão planejando

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Saídas recordes de Bitcoin e Ethereum

Pela terceira semana consecutiva, fundos de investimento em criptoativos registraram retiradas expressivas, acumulando um total de US$ 3,8 bilhões em saídas. Só na última semana, o montante atingiu US$ 2,9 bilhões, um reflexo da mudança de sentimento no mercado após uma longa sequência de 19 semanas de entradas, que somaram US$ 29 bilhões.

O Bitcoin foi o ativo mais impactado, com US$ 2,59 bilhões saindo de fundos de investimento. Ethereum também enfrentou perdas significativas, registrando uma saída de US$ 300 milhões, a maior desde o início do ano. Outras criptomoedas, como Solana, Toncoin e Cardano, também sofreram retiradas, refletindo a cautela dos investidores diante de um cenário econômico mais incerto.

Segundo a CoinShares, três fatores principais influenciaram esse movimento: o recente incidente de segurança na Bybit, os sinais mais rígidos do Federal Reserve em relação à política monetária e um ajuste natural após um longo período de entradas expressivas.

Baleias acumulam Ethereum enquanto o preço cai

Apesar da pressão de venda, um movimento intrigante tem chamado a atenção dos analistas. Grandes investidores, conhecidos como “baleias”, adquiriram 1,1 milhão de ETH nos últimos dois dias, representando quase 1% do fornecimento total da criptomoeda. Além disso, US$ 1,8 bilhão em Ethereum foi retirado de corretoras, marcando a maior saída desde dezembro de 2022. Esse comportamento geralmente indica uma estratégia de longo prazo, já que ativos retirados de exchanges tendem a ser mantidos em vez de vendidos.

O preço do Ethereum, contudo, continua em tendência de baixa, sendo negociado a US$ 2.068 – uma queda de mais de 48% desde seu pico em dezembro de 2024. A divergência entre a queda de preço e o acúmulo por grandes investidores sugere que há uma expectativa de recuperação futura, mesmo com o atual pessimismo do mercado.

Possível reversão no horizonte?

O analista Merlijn The Trader destacou que o comportamento atual do Ethereum lembra o padrão de preço visto em 2016, quando a criptomoeda passou por um longo período de correção antes de disparar para novas máximas. Segundo ele, a fase atual pode ser um “fake-out” – uma armadilha de mercado que antecede um movimento explosivo.

Enquanto isso, a empresa World Liberty Financial, apoiada pelo ex-presidente Donald Trump, enfrenta perdas significativas em seu portfólio de criptomoedas. De um investimento inicial de US$ 336 milhões, a companhia já perdeu US$ 110 milhões, sendo que 65% desse prejuízo vem do Ethereum.

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.