Bitcoin encontra resistência perto de US$ 90 mil

O Bitcoin mantém sua oscilação entre US$ 86 mil e US$ 90 mil em meio à liquidez reduzida do período de férias. Apesar de leves avanços, o ativo ainda não mostrou força para superar a região de US$ 90 mil, que segue como resistência relevante para o curto prazo.

No início da semana, o Bitcoin era negociado próximo de US$ 87.465, com volume limitado e poucas variações expressivas. A distância para a máxima recente, pouco acima de US$ 90.200, continua curta. Além disso, o valor de mercado permanece perto de US$ 1,75 trilhão, sem mudanças significativas.

Mercado de opções pressiona movimentos

A QCP Capital explica que o vencimento de opções da última sexta-feira alterou a estrutura do mercado. Antes do evento, muitos dealers estavam posicionados long gamma. Agora, porém, se encontram short gamma em movimentos de alta, o que aumenta a necessidade de cobertura rápida quando o preço sobe.

Assim, subidas repentinas exigem que esses participantes comprem Bitcoin à vista ou calls de curto prazo, criando ciclos de realimentação e mais volatilidade. Segundo a QCP, essa dinâmica apareceu no início do mês, quando o ativo voltou a testar a região dos US$ 90 mil.

Além disso, as taxas de financiamento subiram de forma acentuada após o vencimento recente. Na Deribit, a taxa perpétua ultrapassou 30%, sinalizando otimismo excessivo e encarecendo posições compradas. Esse comportamento reforça movimentos curtos e instáveis.

Durante a última tentativa de alta, a opção BTC-2JAN26-94K registrou forte atividade. De acordo com a QCP, uma quebra acima de US$ 94 mil poderia gerar novas compras ligadas ao efeito gamma. No entanto, um avanço consistente depende de demanda real no mercado à vista, que segue limitada.

Geopolítica aumenta a volatilidade

A aproximação do Bitcoin de US$ 90 mil coincidiu com a alta do petróleo, após ataques a estruturas energéticas na Rússia e na Ucrânia. Esses eventos elevaram o temor de inflação global. Durante as negociações asiáticas, o ativo foi beneficiado pela incerteza geopolítica, mas os ganhos perderam força no início do pregão americano.

No longo prazo, apoiadores do Bitcoin continuam defendendo o ativo como proteção diante dos desequilíbrios fiscais dos Estados Unidos. A dívida pública do país chegou a cerca de US$ 37,65 trilhões, conforme dados oficiais.

bitcoin price

Fonte: Bitcoin Magazine Pro

Suporte crítico e pontos de rompimento

Analistas do Bitcoin Magazine observam que o mercado tem rejeitado quedas mais fortes dentro de um padrão de cunha ampliada. Assim, a pressão vendedora perdeu intensidade, embora os compradores precisem superar resistências importantes.

Para retomar o controle, o preço deve romper US$ 91.400 e, sobretudo, US$ 94 mil. Caso consiga um fechamento semanal acima desse nível, o ativo pode mirar US$ 101 mil e, posteriormente, US$ 108 mil.

No lado negativo, US$ 84 mil permanece como suporte essencial. Se houver quebra dessa região, o Bitcoin pode recuar para a faixa entre US$ 72 mil e US$ 68 mil, com risco de quedas mais profundas.

Durante o período de feriados, a liquidez tende a continuar reduzida. Além disso, grandes vencimentos de opções próximos de US$ 100 mil podem influenciar o comportamento do mercado. No momento, o ativo segue ao redor de US$ 87 mil, mantendo a variação estreita dos últimos dias.

Com a combinação de baixa liquidez, ajustes no mercado de opções e incertezas geopolíticas, o curto prazo permanece instável. Portanto, a defesa do suporte em US$ 84 mil e o teste das resistências superiores devem orientar os próximos movimentos do Bitcoin.