Bitcoin enfrenta pressão com oferta em grande prejuízo
Dados on-chain do Bitcoin revelam um aumento expressivo no volume de moedas em perda não realizada, cenário que pode criar volatilidade caso o preço avance novamente. Esses dados mostram que mais de 6,6 milhões de BTC estão abaixo do preço de compra, representando quase um terço de toda a oferta circulante. Além disso, essa quantidade elevada acende um alerta entre investidores que aguardam recuperação para reduzir riscos.
Oferta em perda cresce após forte correção do mercado
O indicador Supply In Loss acompanha o total de moedas cujo último preço transacionado está acima do valor de mercado atual. Assim, ele identifica unidades adquiridas com custo superior, classificando-as como BTC em perda não realizada. Esse movimento se intensificou depois que o Bitcoin marcou um recorde em outubro, quando superou US$ 126.000. Naquele momento, praticamente toda a oferta estava em lucro. No entanto, a correção recente mudou esse quadro com rapidez.
Segundo os dados analisados, o aumento do volume de moedas em perda atingiu níveis próximos aos observados em 2023. Portanto, o desconforto entre investidores cresce, especialmente entre aqueles que compraram em regiões de preço mais altas e agora esperam uma retomada para sair do prejuízo.
O gráfico publicado pelo analista Maartunn ilustra esse avanço e reforça como o sentimento do mercado ficou mais cauteloso. O crescimento desse volume sugere que qualquer recuperação poderá encontrar barreiras significativas, já que muitos investidores tendem a vender ao retornar ao preço de entrada.
Distribuição de BTC por preço indica zonas de pressão vendedora
Outro indicador relevante é o UTXO Realized Price Distribution (URPD), que detalha a distribuição dos Bitcoins adquiridos em diferentes faixas de preço. Além disso, esse indicador destaca regiões onde há grande concentração de moedas, pontos que costumam funcionar como zonas de pressão vendedora em movimentos de recuperação.
No gráfico mais recente, várias faixas de preço acima da cotação atual exibem grande densidade de oferta. Portanto, isso reforça o risco de realização de lucro ou alívio de prejuízo conforme o preço se aproxima desses patamares. Historicamente, investidores que enfrentam perda prolongada vendem quando o ativo alcança o custo de aquisição, receosos de novas quedas.
Assim, esses clusters de oferta tornam-se potenciais áreas de volatilidade. O comportamento coletivo de venda nessas regiões tende a limitar avanços rápidos e gera forte oscilação quando o mercado testa zonas de resistência formadas por esses preços de entrada.
O gráfico recente de preço do ativo mostra uma leve recuperação, levando o Bitcoin ao nível de US$ 88.600 após alguns dias de instabilidade.
Com grande parte da oferta ainda presa em faixas de prejuízo, o mercado deve enfrentar novas resistências caso o preço tente avançar. Além disso, a reação dos investidores nessas zonas pode definir o ritmo de valorização no curto prazo, especialmente porque qualquer aproximação dos preços de entrada tende a provocar nova pressão de venda.