Bitcoin ganha cada vez mais espaço e apresenta soluções para redução no consumo de energia
A opinião de alguns especialistas é que, até 2028, o Bitcoin poderá tornar-se a principal moeda digital utilizada nas transações eletrônicas no mundo. No entanto, devido ao consumo de energia necessário para minerar o bloco de Bitcoin, o sistema tem tomado medidas para se tornar mais econômico e sustentável.
Além do investimento em energia renovável, o halving também ajuda nesse quesito, pois corta pela metade o fornecimento de Bitcoin por cada bloco na mineração virtual.
Um relatório divulgado em 2018 já mostrava uma tendência de alta no Bitcoin para os próximos anos. A expectativa para um futuro próximo é de que o valor da moeda digital atinja os US$ 98 mil, o que significaria um aumento de quase 900% se comparado com o valor atual.
Nos meses recentes, o Bitcoin vem se mantendo entre US$ 10 mil e US$ 12 mil. Esse crescimento, entretanto, também é algo a ser verificado por conta da questão energética, já que o aumento de consumo devido à utilização da moeda digital é algo a se enfrentar.
Outra projeção para os próximos oito anos é a de que, ao redor do mundo, o Bitcoin poderá atingir os 21 milhões em circulação. Esse é o número máximo de unidades que podem circular, como explica reportagem do portal Canaltech. Isso significa que serão mais de 1,5 trilhão de transações eletrônicas previstas requerendo um consumo energético de 1,511,484 terawatt-horas. São números altos, mas que estão sendo amenizados por meio de diferentes medidas.
Uma delas é o halving, que, como todo conhecedor de criptomoedas sabe, é uma característica do Bitcoin que reduz a emissão da moeda a cada quatro anos. No corte mais recente, que aconteceu em maio deste ano, o fornecimento por bloco caiu de 12,5 BTC para 6,25 BTC.
Isso faz com que mineradores de baixa rentabilidade e que usam máquinas antigas de mineração tenham maior dificuldade de conseguir lucro. Entretanto, o consumo de energia foi reduzido em cerca de 38%.
Mais utilização da moeda
Esse crescimento do Bitcoin era esperado por quase todos os envolvidos no universo das criptomoedas. Prevendo algumas barreiras para esse futuro promissor, especialistas têm apresentado alternativas a fim de garantir o sucesso do Bitcoin.
Recentemente, foi criado o Bitcoin Cash (BCH). Essa moeda é praticamente um clone do Bitcoin original (BTC), no entanto, seu bloco é oito vezes maior. O objetivo é reduzir os custos das operações, permitindo que mais transações sejam realizadas em menos tempo.
No entanto, o BCH precisa correr contra o tempo para conseguir ter a diversidade e a popularidade do Bitcoin original, moeda que já caiu no gosto do mercado e tem sido utilizada por diversas plataformas para pagamento. As carteiras digitais, como PayPal e Neteller, começaram a ganhar ainda mais espaço com a habilitação de funções que permitem o uso de criptomoedas.
Dessa forma, por meio do uso das e-wallets, o Bitcoin como opção de pagamento passa a ser possível de uma forma mais abrangente. Para se ter uma ideia do impacto que as criptomoedas poderão ter em um futuro próximo, estão na lista de clientes do PayPal grandes empresas, sendo algumas delas a loja virtual da Brastemp, o Airbnb e a plataforma de cursos online da Udemy.
O PayPal vem se preparando para habilitar transações envolvendo criptomoedas, conforme comentado pelo portal Be in Crypto, o que impactará também as grandes marcas aliadas à empresa e suas parcerias, fazendo com que o Bitcoin, por exemplo, ganhe mais espaço como forma de pagamento.
A Neteller, outra carteira virtual bastante utilizada no exterior, é mais um caminho por meio do qual as criptomoedas poderão ganhar ainda mais espaço. Ainda que não seja muito utilizada no Brasil por enquanto, ela é amplamente aceita no exterior por empresas de variadas de iGaming, trading e forex.
Plataformas de cassino online como o da Betway Cassino, que disponibiliza distintas modalidades de cassino online, indo desde os tradicionais caça-níqueis aos clássicos jogos de blackjack e roleta, e portais de investimentos como o da eToro, são exemplos de empresas que no exterior aceitam carteiras digitais como método de pagamento.
Com o constante crescimento de pagamentos digitais no Brasil, é provável que em breve empresas como essas liberem a mencionada opção por aqui. Alguns estabelecimentos mais tradicionais já começaram a aceitar criptomoedas no país, caso da loja virtual do Grupo Reserva. A loja é apenas uma das empresas mencionadas na lista da Forbes de estabelecimentos que tomaram a iniciativa em prol do Bitcoin.
O número de negócios aceitando pagamento com criptomoedas deve crescer consideravelmente nos próximos anos.
Criatividade para ser sustentável
Com essa maior utilização e, consequentemente, o aumento do consumo de energia, o Bitcoin está fazendo com que a corrida por fontes de energia sustentáveis e renováveis cresça. A demanda por energia solar, por exemplo, está tendo um alto crescimento em países como a Islândia. Não é a primeira vez que as criptomoedas demonstram certa conexão com esse tipo de energia. Já fizemos uma reportagem sobre a plataforma de negociação P2P de energia solar baseada em blockchain no estado de Uttar Pradesh, na Índia.
https://youtu.be/3b35cxlxeeA
Algumas pesquisas recentes também mostram que o consumo tem sido menor do que o esperado. Além disso, empresas fornecedoras de energia estão começando a investir mais em fontes renováveis graças ao aumento da demanda gerada pelos Bitcoins.
Ou seja, apesar de gastar energia em uma quantidade considerável, a moeda está mostrando ao mercado que é preciso abrir mão do combustível fóssil e apostar alto em energia limpa. Algo que a indústria automotiva, principalmente com a Tesla, também tem feito nos anos recentes.
O mercado de Bitcoin está mais do que consolidado ao redor do mundo. Entretanto, os próximos passos do setor serão importantes para que as criptomoedas se popularizem ainda mais.
As criptomoedas mostraram ótimas soluções e mecanismos para trabalhar a questão do consumo de energia. Além disso, a alta nos investimentos de energias sustentáveis parece ser a resposta perfeita para um dos pontos cruciais não apenas do Bitcoin, mas também do planeta.
Esta matéria foi enviada por Rogério Correia, escritor independente.
Entuasiasta da tecnologia blockchain desde 2017, faz de tudo um pouco quando se trata de criptomoedas - desde redação de artigos até fechamentos de acordos comerciais e de marketing. Um lema? Voa Bitcoin!