O Bitcoin passa por um período de fraqueza no quarto trimestre de 2025. O preço chegou a tocar a zona de US$ 80.000 em meio a correções mais intensas. Apesar de pequenas tentativas de alta, dados on-chain mostram queda contínua da demanda de investidores de varejo, reduzindo a força para avanços no curto prazo.

Demanda de varejo cai e limita a reação do mercado

Em análise publicada no X, o pesquisador Burak Kesmeci destacou a queda consistente da atividade de pequenos investidores. Transações entre US$ 0 e US$ 10.000 voltaram a registrar variação negativa em uma base de 30 dias. Esse intervalo é visto há anos como termômetro do interesse do varejo. Quando cai de forma contínua, o mercado entende que há desânimo dos pequenos participantes.

Segundo Kesmeci, essa deterioração se intensificou após 14 de dezembro, revertendo um breve momento de estabilidade. A ausência de novos fluxos de entrada indica redução do apetite comprador, mas não sugere movimentações bruscas de venda. Assim, o varejo se mostra apático, aguardando sinais mais claros antes de agir.

O volume total de transferências de varejo também caiu e retornou ao intervalo entre US$ 375 milhões e US$ 400 milhões. Apesar disso, o movimento não sinaliza pânico. Investidores menores não abandonam o mercado. Em vez disso, adotam comportamento de espera enquanto o preço segue instável.

Esse cenário reduz a pressão vendedora no curto prazo. No entanto, limita igualmente qualquer reação mais forte de alta enquanto faltam compradores dispostos a assumir novas posições.

Bitcoin segue consolidado entre US$ 85.000 e US$ 90.000

A retração da demanda do varejo reforça a consolidação atual do Bitcoin. Desde meados de dezembro, o preço oscila entre US$ 85.000 e US$ 90.000, encontrando resistência firme no topo e suporte consistente no piso do intervalo.

Movimentos de alta mais amplos tradicionalmente dependem da combinação entre entradas institucionais e do engajamento do varejo. Quando um desses pilares perde força, o impulso comprador diminui. No entanto, a falta de vendas agressivas evita quedas mais acentuadas. Assim, o Bitcoin permanece preso a uma faixa estável.

Parte do mercado acredita que o início de 2026 pode trazer novos catalisadores. Possíveis cortes de juros e rotação de capital ligada ao avanço de commodities podem estimular a procura. Ainda assim, análises mais cautelosas apontam para a chance de que as correções iniciadas em outubro continuem até o fim do primeiro trimestre de 2026.

BTC em US$ 87.694 no gráfico diário | Fonte: Tradingview

No momento da publicação dos dados on-chain, o Bitcoin era negociado a US$ 87.401, com leve avanço de 0,3 por cento. Esses números reforçam a visão de mercado lateralizado, em que a falta de novos compradores restringe a alta, enquanto a ausência de fortes pressões vendedoras sustenta o preço.

Dessa forma, a consolidação deve continuar até que um evento relevante consiga impulsionar o sentimento do varejo ou atrair fluxos mais robustos ao mercado.