Bitcoin perto de novo recorde impulsionado por ETFs e acordo EUA-China

Com acordo comercial EUA-China, inflação controlada e alta nos ETFs, Bitcoin se aproxima de sua máxima histórica, enquanto indicadores revelam um mercado em compasso de espera.

O Bitcoin mais uma vez se aproxima de sua máxima histórica, impulsionado por uma série de fatores macroeconômicos e institucionais. Após o anúncio de um acordo comercial preliminar entre Estados Unidos e China, que prevê tarifas de 55% para os EUA e 10% para a China, e dados de inflação norte-americana abaixo do esperado (2,4% ao ano), o mercado respondeu com otimismo moderado. O preço do BTC saltou momentaneamente de US$ 109 mil para perto de US$ 110 mil.

Apesar do cenário externo favorável, a dinâmica interna do mercado de Bitcoin revela uma realidade mais complexa. Segundo dados da CryptoQuant, a atividade on-chain e o volume de negociações à vista caíram para os níveis mais baixos em quatro anos e meio, indicando apatia no varejo e pouca movimentação de moedas na rede. Transações de pequeno valor, típicas de investidores de varejo, também recuaram 5%.

Por outro lado, há sinais claros de forte acumulação por investidores de longo prazo. Mais de 847 mil BTC foram transferidos para carteiras que não movimentam os ativos há mais de 155 dias, sugerindo um comportamento de retenção típico de investidores com maior convicção no longo prazo. Essa tendência tem sido alimentada em grande parte pelos ETFs de Bitcoin, que continuam a atrair fluxo institucional.

Os ETFs spot, liderados pelo iShares Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock, mantêm captação constante. Na segunda-feira, apenas seis dos onze ETFs norte-americanos registraram juntos um influxo de US$ 386 milhões. O crescimento desses fundos está ajudando a manter o fornecimento de BTC cada vez mais “preso” em custódia de longo prazo, tornando o mercado menos suscetível a grandes vendas repentinas.

A plataforma Glassnode identificou US$ 97.600 como o principal nível de suporte no curto prazo. Manter-se acima dessa faixa mantém a estrutura de alta intacta. Em caso de rompimento da máxima histórica de US$ 111.800, o próximo nível de resistência pode surgir próximo a US$ 115.400. Acima desses patamares, há pouca atividade histórica de negociação, o que abre espaço para um possível avanço acelerado.

Ainda assim, a volatilidade segue contida e possivelmente subestimada, com o mercado de opções sinalizando riscos abaixo do que o atual cenário de tensão sugere. Isso pode indicar que o mercado está acumulando energia para um movimento expressivo nas próximas semanas.

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.