Porque o Bitcoin pode chegar a US$ 1 milhão até 2028, segundo Arthur Hayes

Copia de Contra Capa 58

Previsão do ex-CEO da BitMEX ganha força com cenário geopolítico, retorno do varejo, alta institucional e fundamentos técnicos sólidos.

O Bitcoin pode atingir a marca de US$ 1 milhão até 2028 — e não será por causa de ETFs ou mera adoção institucional. Segundo Arthur Hayes, ex-CEO da BitMEX, o catalisador pode ser a imposição de controles de capital nos Estados Unidos, forçando investidores globais a buscar ativos fora do alcance estatal, como o ouro e, principalmente, o BTC.

Hayes sustenta que um futuro governo Trump pode abandonar tarifas comerciais em favor de uma taxação direta sobre ativos norte-americanos detidos por estrangeiros. Um imposto de 2%, segundo ele, geraria até US$ 600 bilhões — valor suficiente para eliminar o imposto de renda da maioria da população americana. Isso, no entanto, também desencadearia uma fuga de capitais e abalaria o mercado de US$ 33 trilhões em dívida e ações detidas por estrangeiros.

Para o investidor, o Bitcoin surge como o refúgio ideal em um mundo fragmentado financeiramente, por ser um ativo digital sem fronteiras e de custódia própria. “O capital fugirá para ativos neutros e portáteis como o Bitcoin”, afirma.

Sinais técnicos confirmam tendência de alta do Bitcoin

Além da tese macroeconômica, os indicadores técnicos reforçam um cenário positivo para o Bitcoin. A criptomoeda tem se mantido acima dos US$ 100 mil, com um preço realizado médio de US$ 45 mil — sinalizando lucros consistentes para os detentores.

Segundo a CryptoQuant, o retorno diário sobre o preço realizado varia de 0,10% a 0,23%, o que equivale a um rendimento anualizado entre 36% e 85%. Esse tipo de comportamento, segundo analistas, indica um mercado em bull run sustentado, sem sinais de euforia exagerada.

A Glassnode destaca que o capital realizado do BTC — uma métrica que reflete o valor de mercado ponderado pelas últimas transações on-chain — cresceu US$ 30 bilhões desde abril, embora ainda abaixo do ritmo acelerado visto após a eleição de Trump em 2024.

Instituições seguem acumulando — e o varejo retorna

O cenário também mostra um movimento claro de concentração de Bitcoin em mãos de grandes investidores. Dados da Santiment revelam que endereços com menos de 10 BTC respondem por apenas 17,5% da oferta total. Por outro lado, endereços com mais de 10 BTC — incluindo instituições e grandes fortunas — detêm mais de 82% do fornecimento.

Empresas como a Strategy e a japonesa Metaplanet continuam expandindo suas reservas, mesmo em momentos de correção do mercado. A Strategy, por exemplo, comprou US$ 1,34 bilhão em BTC recentemente.

Apesar da predominância institucional, o varejo também está voltando. A CryptoQuant identificou um aumento de 3,4% nas compras feitas por investidores com menos de US$ 10 mil entre o fim de abril e meados de maio. Esse retorno cria um ciclo de reforço positivo para o preço, com mais compras alimentando a confiança de mercado.

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.