Bitcoin preso entre US$ 85 mil e US$ 90 mil, dizem analistas

O Bitcoin segue consolidado em uma faixa estreita após o rali de fim de ano não se materializar. O ativo encontra uma barreira firme de oferta perto de US$ 90.300, enquanto mantém uma zona de demanda sólida próxima de US$ 85.300. Esse comportamento elevou a liquidação de posições durante dezembro de 2025 e reforçou a incerteza entre investidores.

Análises apontam possível teste de suportes do BTC

Para o analista Michaël van de Poppe, o Bitcoin tem enfrentado forte pressão vendedora sempre que se aproxima da região de US$ 88.000. Segundo ele, a redução da força vendedora desde novembro ainda não foi suficiente para atrair compradores capazes de impulsionar o rompimento dos US$ 90.000, movimento necessário para buscar os US$ 100.000 no curto prazo.

Poppe acredita que essa estrutura aumenta a probabilidade de o preço revisitar o suporte próximo de US$ 80.500. Caso isso aconteça, o mercado pode formar um duplo fundo, padrão técnico que costuma indicar reversões ou acúmulo. Assim, ele aponta que o comportamento atual pode preparar o terreno para um cenário mais positivo ao longo de 2026, depois de um ano marcado por forte volatilidade.

Gráfico BTC

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O analista Lennaert Snyder compartilha uma visão parecida. Conforme sua avaliação, o Bitcoin tem defendido bem o suporte situado perto de US$ 86.900. Além disso, ele destaca que a melhor região para entradas compradas permanece na área dos US$ 85.000 ou ligeiramente abaixo desse patamar.

Gráfico BTC

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Snyder ressalta que, caso o suporte de US$ 87.000 falhe, o preço tende a retornar para a faixa dos US$ 85.000. No entanto, enfatiza que uma ruptura consistente acima dos US$ 90.000 poderá anular a expectativa de correção e devolver força ao mercado no médio prazo.

Liquidez global influencia o comportamento do mercado

De acordo com Snyder, os movimentos recentes do Bitcoin estão profundamente conectados aos fluxos de liquidez global. Para ele, entender esses ciclos é essencial para compreender os deslocamentos mais amplos do mercado. Nas últimas semanas, a volatilidade do ativo coincidiu com uma migração de liquidez para metais preciosos.

A demanda crescente por ouro e outros metais reforça preocupações sobre a fragilidade das moedas fiduciárias. Entre os sinais desse cenário, destaca-se o colapso do Rial iraniano, que atingiu a mínima histórica de 1,42 milhão de IRR por dólar em 27 de dezembro de 2025. Além disso, o dólar também mostrou fragilidade diante da expansão da oferta monetária global, o que aumentou o interesse por ativos vistos como reserva de valor.

Com a legalização crescente de cripto nos Estados Unidos e em outras economias, o Bitcoin ganha novos espaços para uma possível recuperação. Dados on-chain da Santiment mostram que grandes investidores reduziram a realização de lucros, enquanto traders de varejo intensificaram a acumulação. Portanto, esse movimento fortalece a expectativa de uma retomada mais expressiva no início do próximo ciclo.

No curto prazo, a disputa entre vendedores posicionados próximos dos US$ 90.000 e compradores concentrados abaixo dos US$ 86.000 mantém o mercado em alerta. Assim, analistas seguem atentos à liquidez global e aos possíveis impactos diretos no preço do Bitcoin.