Sinais silenciosos de alta: Bitcoin pode estar prestes a subir, apesar da calmaria no mercado

Indicadores on-chain revelam acúmulo estratégico de investidores experientes, enquanto a movimentação de holders antigos pode ditar os rumos do Bitcoin nas próximas semanas

Mesmo com o mercado de Bitcoin em aparente estado de pausa, sinais técnicos e comportamentos on-chain sugerem que um novo impulso pode estar se formando. Após atingir sua máxima histórica de quase US$ 112 mil em 22 de maio, o BTC tem se mantido estável próximo a esse patamar, enquanto investidores aguardam um movimento decisivo.

O Bitcoin Combined Market Index (BCMI), métrica que combina indicadores como MVRV, NUPL, SOPR e o Índice de Medo e Ganância, acaba de sinalizar uma possível virada positiva. A média móvel de 7 dias do BCMI subiu para 0,6 — um nível que, historicamente, indica o início de fases de acumulação. A média de 90 dias segue neutra, o que reforça a leitura de que ainda há espaço para crescimento sem sinais de superaquecimento.

Segundo dados da CryptoQuant, esse movimento ocorre em meio a uma redução no ritmo de realização de lucros e a um aumento sutil no otimismo dos investidores. A análise é apoiada por dados da Santiment, que mostram que carteiras com 100 a 1.000 BTC — tradicionalmente ligadas a movimentos de preço — adicionaram 122.330 BTC nas últimas seis semanas, representando uma das maiores acumulações recentes por essa faixa de detentores.

Por outro lado, um comportamento diferente começa a emergir entre os “OGs” do Bitcoin. Investidores de longo prazo, que mantêm suas moedas há três a cinco anos, voltaram a movimentar ativos. Segundo a Glassnode, essa faixa de holders movimentou US$ 2,16 bilhões em BTC, a segunda maior saída desse grupo no atual ciclo de alta. No total, as movimentações das faixas entre um e cinco anos somaram US$ 4,02 bilhões — maior volume desde fevereiro.

Esse cenário levanta dúvidas: estariam esses investidores apenas realocando seus ativos visando novas altas ou realizando lucros antes de uma possível correção? Historicamente, grandes saídas de holders antigos ocorrem após picos de preço e muitas vezes antecedem correções mais amplas.

Para o analista Willy Woo, o mercado está num “ponto de pivô”. Ele destaca que, embora indicadores mostrem força estrutural, a falta de impulso comprador pode levar o Bitcoin a mais uma fase de consolidação. Woo alerta ainda para o aumento de apostas especulativas em alta e para o risco de que lucros acumulados levem à pressão vendedora se não houver uma nova onda de demanda no mercado à vista.

Atualmente, o BTC é negociado em torno de US$ 107.500, acumulando uma queda de mais de 4% desde a máxima histórica. O nível de US$ 106 mil surge como suporte crítico: se houver mais vendas, esse patamar pode ser rompido. Por outro lado, se a atual fase for de reestruturação de carteiras, o Bitcoin pode apenas estar se preparando para uma nova etapa de valorização.

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.