Bitcoin bate recorde na Argentina, atingindo 40 milhões de pesos por BTC

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Imagem: cryptorank.io

O Bitcoin atingiu uma nova alta histórica contra o peso argentino.

O Bitcoin atingiu um novo recorde histórico na Argentina, alcançando uma valorização inédita de 40 milhões de pesos por BTC.

Diante do contexto desastroso do peso argentino, que sofreu uma queda vertiginosa de 99% em relação ao dólar desde 2018, os ativos digitais estão emergindo lentamente como um símbolo de resiliência financeira e estabilidade para muitos cidadãos.

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Imagem: CoinGecko

Argentinos preferem USDT

A Argentina tem um histórico de instabilidade econômica marcada por frequentes desvalorizações cambiais, o que dificulta a poupança e a gestão financeira para seus habitantes.

Ao longo do último século, o país oscilou entre períodos de crescimento e disfunção, deixando de ser uma das nações mais ricas do mundo para enfrentar crises financeiras prolongadas, dívidas imensas e inflação de três dígitos.

Como resultado, os cidadãos se voltaram para ativos digitais, demonstrando uma forte adoção popular. Na tentativa de preservar o poder de compra, os argentinos têm recorrido a stablecoins populares, como USDT e USDC, para economizar e converter seus ganhos locais em vez do Bitcoin.

De acordo com a Chainalysis, a Argentina ocupa o 15º lugar global na adoção de ativos digitais.

Durante a década de 1980, quando a Argentina implementou controles cambiais, as casas de câmbio públicas se transformaram em entidades clandestinas conhecidas como “cuevas financeiras”.

Essas entidades agora ressurgiram como “cuevas de cripto”, servindo como casas de câmbio do mercado negro onde os cidadãos compram stablecoins baseadas em dólares americanos. Operando secretamente em locais ocultos, essas bolsas peer-to-peer subterrâneas facilitam transações longe da vista do público.

Luta pela estabilidade

A Argentina experimentou um aumento substancial em sua taxa de inflação. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a inflação do país deve atingir 250,6% em 2024. Além disso, a recessão econômica do país deve superar as projeções anteriores.

Em uma atualização deste mês, a OCDE declarou:

“Prevê-se que a alta inflação e o aperto fiscal considerável resultem em um declínio da produção na Argentina em 2024, antes que o crescimento se recupere em 2025, à medida que as reformas começarem a surtir efeito.”

Esses desdobramentos coincidem com a implementação de reformas abrangentes pelo recém-eleito presidente libertário da Argentina, Javier Milei, provocando manifestações em toda a terceira maior economia da América Latina.

Durante uma entrevista recente, o líder libertário ressaltou que a dolarização é a fase final de uma série de reformas. Antes disso, seu governo pretende resolver os balanços patrimoniais do banco central até junho, seguido de mudanças no sistema bancário. Além disso, ele espera que o sistema bancário seja reformado dentro de um ano.

Sob a presidência de Milei, houve uma desvalorização substancial do peso, juntamente com amplos esforços de reforma.

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.