Bitcoin recua após recorde histórico com realização de lucros e pressão macroeconômica
Após atingir US$ 123 mil, o Bitcoin sofreu correção puxada por vendas de investidores, inflação nos EUA e movimentações de mineradores.
O Bitcoin registrou uma intensa volatilidade nos últimos dias, após ultrapassar os US$ 123 mil e alcançar um novo recorde histórico. Contudo, o rali foi seguido por uma queda de mais de US$ 6 mil, com a criptomoeda retornando ao patamar de US$ 117 mil. A correção, embora esperada por analistas, foi intensificada por múltiplos fatores técnicos e macroeconômicos.
Correção após euforia
O movimento de alta, que começou na semana passada, impulsionou o BTC em mais de US$ 15 mil em poucos dias, tornando-o brevemente o quinto maior ativo global em valor de mercado. Entretanto, o ritmo acelerado atraiu investidores dispostos a realizar lucros.
Dados da CryptoQuant mostram que grandes investidores realizaram mais de US$ 1,5 bilhão em lucros em apenas 24 horas. A Glassnode foi além e estimou um total de US$ 3,5 bilhões em lucros realizados no período, com destaque para a participação dos chamados long-term holders (LTH), que representaram 56% do montante.
Outro fator de pressão veio dos próprios mineradores. O índice MPI (Miners’ Position Index) atingiu níveis elevados, indicando aumento nas vendas por parte dos produtores de Bitcoin, comportamento típico durante picos de preço. Simultaneamente, a Binance registrou um influxo líquido de quase 6.000 BTC entre os dias 12 e 14 de julho, sinalizando preparação para operações de arbitragem, proteção em derivativos ou grandes liquidações.
Apesar disso, analistas ressaltam que essas movimentações não necessariamente anulam a tendência de alta, desde que a demanda de outros segmentos do mercado continue robusta.
Inflação nos EUA e impacto nos mercados
A divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA referente a junho adicionou mais instabilidade ao cenário. A inflação anual subiu para 2,7%, ligeiramente acima da expectativa de 2,6%, alimentando temores de que o Federal Reserve possa manter uma política monetária mais restritiva por mais tempo.
Com isso, ativos considerados de maior risco, como o Bitcoin, reagiram negativamente. O BTC chegou a cair para US$ 116.400 logo após a divulgação dos dados, antes de se recuperar parcialmente.
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