Bitcoin resiste à volatilidade e setembro fecha com alta moderada

Bitcoin fecha setembro com alta moderada

O mês de setembro, historicamente desafiador para o mercado cripto, trouxe desta vez sinais de resistência do Bitcoin. Apesar da pressão vinda de fatores macroeconômicos, a moeda digital conseguiu manter ganhos moderados. Além disso, outras criptomoedas mostraram movimentos contrastantes, enquanto análises técnicas e institucionais reforçam a expectativa de novos desdobramentos.

Bitcoin fecha setembro em alta e desafia histórico negativo

Setembro carrega fama de mês difícil para o Bitcoin, mas os números recentes indicam mudança de narrativa. O ativo caminha para encerrar o período com alta de 4,1%, consolidando o terceiro ano seguido de valorização para esse mês. Nos 13 anos da série histórica, oito registraram queda. Ainda assim, os dados atuais sustentam uma visão mais otimista.

O desempenho foi suficiente para superar o S&P 500, que acumulou 3,73% no mesmo período. Analistas destacam que o suporte na faixa de US$ 111.000 funcionou como linha de defesa crucial, reduzindo riscos de quedas mais profundas. Caso esse nível siga firme, há espaço para novas tentativas rumo a US$ 115.000.

Mesmo com o “Red September” no radar, a performance anual permanece positiva. No acumulado de 2026, o Bitcoin avança 21,3%, firmando-se como um dos ativos de risco mais fortes do mercado global. Já o ouro digital atingiu máxima de US$ 124.592 em agosto, prova de que a volatilidade continua a ser marca registrada.

Ethereum enfrenta resistência e BNB brilha

Enquanto o Bitcoin resistiu bem, o Ethereum enfrentou cenário mais turbulento. A segunda maior criptomoeda acumula queda de 7,1% em setembro, reflexo de liquidações em cascata e perda de suportes críticos. Analistas alertam que a faixa dos US$ 4.000 se tornou linha vital, e sua perda poderia ampliar os riscos baixistas. Por outro lado, os mercados de opções já projetam cenários de recuperação, com investidores mirando preços de exercício entre US$ 4.300 e US$ 5.000.
O BNB, por sua vez, brilhou. O token da Binance acumulou valorização de 17% e fechou acima de US$ 1.000, sendo a criptomoeda com melhor desempenho no período. Entre as altcoins, solana, XRP e HASH registraram quedas, enquanto tokens como FIGR_HERLOC e Zcash se destacaram positivamente. A ZEC, voltada para privacidade, subiu 15% em 24 horas, alcançando US$ 70, maior patamar em nove meses.

Institucionais reforçam presença em meio à cautela

O mercado, ainda marcado pela lateralização, mostra duas faces: investidores de varejo agem com mais cautela, enquanto players institucionais seguem fortalecendo posições. Empresas como Strategy e Metaplanet continuam comprando Bitcoin para reservas de longo prazo. Além disso, ETFs de cripto nos Estados Unidos, embora tenham registrado saídas recentes, ainda representam um importante termômetro para o interesse institucional.
A expectativa de novos cortes nas taxas de juros americanas e a retomada de IPOs de empresas do setor, como Kraken e Gemini, ajudam a sustentar a visão bullish de longo prazo. Contudo, o cenário regulatório nos EUA e na União Europeia permanece como fator de pressão. A possibilidade de um “shutdown” do governo americano adiciona incerteza, com impacto direto sobre o ritmo de novas regulamentações.

O quarto trimestre apresentou resultados otimista

O sentimento do mercado sugere que o total pode avançar para US$ 3,94 trilhões se os fluxos positivos persistirem. A forte demanda institucional, aliada à participação do varejo, reforça a probabilidade de crescimento sustentado neste trimestre, criando uma perspectiva favorável para os investidores.

Análise do mercado
Análise do valor total do mercado de criptomoedas. Fonte:  TradingView

Se o ímpeto enfraquecer, o total corre o risco de recuar para US$ 3,81 trilhões, ou até menos em condições adversas. Fatores externos, como incerteza macroeconômica ou realização de lucros, podem acelerar as quedas.

Enfim, setembro mostrou que, mesmo em meio à volatilidade e aos desafios macroeconômicos, o Bitcoin conseguiu contrariar padrões históricos negativos. Enquanto o ativo fecha o mês com ganhos moderados, Ethereum enfrenta dificuldades e BNB se destaca como vencedor. A força institucional continua dando suporte ao mercado, que segue atento a resistências técnicas e aos próximos capítulos da política monetária global. Esse equilíbrio entre pressão e resiliência reforça a dinâmica única das criptomoedas, sempre marcada pela imprevisibilidade e pelo potencial de surpresa.

* Veja também: Bitcoin (BTC) ultrapassa US$ 112 mil, Hyperliquid (HYPE) dispara 7% no dia