Bitcoin resiste pressões e flerta com US$ 108 mil em meio a tensões globais e euforia seletiva no mercado

Apesar de quedas recentes e comparações desfavoráveis com ações tech, o Bitcoin segue em alta apoiado por demanda firme, alívio geopolítico e sinais técnicos otimistas.
O preço do Bitcoin atingiu brevemente a marca de US$ 108.000 nesta quarta-feira (25), refletindo uma onda de otimismo após declarações de Donald Trump sobre as tensões entre Irã e Israel. Mesmo com um cenário de alta volatilidade e realizações de lucros intensas nas últimas semanas, a principal criptomoeda do mercado tem conseguido sustentar sua valorização, alimentando expectativas de que o ciclo de alta ainda está longe de terminar.
Nas últimas 24 horas, o BTC subiu cerca de 2,8%, embora já tenha recuado levemente para a faixa dos US$ 107.600. A movimentação intensa provocou mais de US$ 210 milhões em liquidações nos mercados de derivativos, tanto de posições longas quanto curtas, segundo dados da CoinGlass.
O gatilho mais imediato para esse salto foi a fala de Trump afirmando que “a guerra entre Irã e Israel acabou” e que o Irã “não voltará ao seu programa nuclear”. O ex-presidente também sinalizou futuras conversas com autoridades iranianas, sugerindo que um novo acordo pode ser firmado em breve. Embora o conflito no Oriente Médio ainda traga incertezas, o alívio momentâneo tem sido suficiente para estimular a tomada de risco por investidores.
Esse cenário vem acompanhado de dados on-chain que mostram a força da demanda por Bitcoin, mesmo em meio a uma das maiores ondas de realização de lucros dos últimos anos. De acordo com o analista Axel Adler Jr., cerca de 720 mil BTC foram vendidos desde abril, resultando em um aumento de US$ 66 bilhões no valor realizado para os holders de curto prazo. No entanto, o mercado conseguiu absorver essa oferta sem grandes quedas, graças à entrada constante de novos compradores. Com a diminuição das vendas lucrativas, o risco de queda aguda parece ter diminuído no curto prazo.
Ainda assim, o comportamento do Bitcoin em junho ficou aquém de outros ativos de risco. Enquanto BTC acumulou uma queda de 2,29% nos últimos 30 dias, ações como Oracle (+32,5%), Palantir (+19,84%) e Nvidia (+9,15%) registraram ganhos expressivos no mesmo período. Essa divergência levanta dúvidas sobre a força da atual tendência de alta da criptomoeda.
Apesar disso, analistas experientes seguem confiantes. O Rainbow Chart, ferramenta que rastreia tendências históricas de preço do Bitcoin, ainda posiciona o ativo longe de um topo cíclico. Especialistas como Peter Brandt e Mike Novogratz mantêm projeções otimistas, apostando que o BTC pode ultrapassar US$ 150.000 ainda em 2025.
Enquanto isso, a lucratividade entre os detentores de diferentes criptoativos mostra uma divisão clara no mercado. Segundo a Santiment, 94,5% dos holders de BTC estão no lucro, contra 88,7% no Ethereum (ETH) e apenas 46,5% no Cardano (ADA). Essa disparidade pode representar risco de correção para os ativos mais valorizados, mas também oportunidades para investidores contrários em moedas ainda descontadas, como ADA e Chainlink (LINK).
O Ethereum, por sua vez, enfrenta riscos ligados a posições excessivamente alavancadas, o que pode limitar seu avanço no curto prazo. Já XRP e Dogecoin apresentam sinais mistos, com movimentações técnicas que podem resultar em fortes variações — para cima ou para baixo — nos próximos dias.
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