Bitcoin tenta sustentar US$90 mil enquanto volatilidade cresce antes do Natal
O Bitcoin iniciou a semana com forte volatilidade, após tocar brevemente a região de US$90 mil durante negociações na Europa e nos Estados Unidos. O ativo avançou a partir de US$88 mil nas primeiras horas do pregão na Ásia, movimento que reforça a força inicial observada nas últimas semanas. No entanto, o ritmo perdeu intensidade conforme investidores norte-americanos entraram no mercado.
A criptomoeda registrou retorno rápido para a faixa de US$88 mil no fim da tarde, repetindo o padrão que marca dezembro. Assim, a pressão vendedora segue concentrada no período de negociação dos EUA, o que limita avanços consistentes acima de US$90 mil.
Dados da CoinGlass mostram que o interesse em aberto de contratos futuros subiu em direção a US$60 bilhões em plataformas como Binance, CME e Bybit. Esse aumento sinaliza entrada de novas posições alavancadas. Além disso, a elevação da alavancagem pode acelerar correções se o impulso de alta enfraquecer nos próximos dias.
No entanto, caso o Bitcoin consiga manter o preço acima de US$90 mil, a alavancagem também pode servir como combustível adicional para um movimento de alta mais amplo. Uma consolidação acima desse nível indicaria possível mudança no comportamento observado ao longo do mês.
Níveis técnicos e resistências importantes
O suporte mais relevante permanece próximo de US$84 mil, região que funcionou como base sólida ao longo de dezembro. Já a resistência imediata está em US$91.400, seguida por um nível técnico mais forte em US$94 mil. Acima disso, analistas observam zonas de dificuldade entre US$98 mil e a faixa entre US$101 mil e US$108 mil.
A superação e o fechamento acima de US$108 mil poderiam desafiar a leitura de que o pico registrado em outubro representaria o topo de 2025. No entanto, o cenário macroeconômico dos EUA ainda exerce forte influência sobre o comportamento do mercado cripto.
A política do Federal Reserve segue incerta, especialmente pela falta de leituras contínuas de inflação após o recente fechamento temporário do governo. Segundo Gabriel Selby, da CF Benchmark, enquanto esses dados não forem atualizados, investidores devem manter postura cautelosa.
Essa cautela também se reflete na expectativa para novos indicadores econômicos. O PIB do terceiro trimestre, previsto para terça-feira, deve mostrar crescimento anualizado perto de 3,5%. Além disso, dados de confiança do consumidor e pedidos semanais de seguro-desemprego ajudarão a medir a força do mercado de trabalho.
Impacto potencial do rali de Natal
A última semana do ano costuma ser positiva para os mercados. O S&P 500 geralmente registra ganhos nos últimos cinco pregões de dezembro e nos dois primeiros de janeiro, período conhecido como rali de Natal. Como o Bitcoin mantém correlação com o mercado acionário por meio dos ETFs, um impulso nas ações pode se refletir diretamente na criptomoeda.
Historicamente, o desempenho do ativo nesse intervalo é variado. Houve fortes altas em 2011 e 2016, mas também quedas em outros anos. Na média, o ativo acumulou valorização próxima de 7,9% desde 2011. Além disso, o ouro mostrou comportamento mais consistente no período, com retorno de 95% ao longo dos anos e novos recordes acima de US$4.400 por onça.
No momento, vendedores atuam com força na região de US$89 mil. Na semana passada, ETFs de Bitcoin à vista registraram saídas próximas de US$500 milhões, reforçando a incerteza diante do cenário macro.
No entanto, análises indicam que, caso o Bitcoin mantenha suporte acima de US$84 mil e sustente ganhos acima de US$90 mil durante o pregão norte-americano, poderá construir base mais sólida para recuperação ao longo de 2025. O equilíbrio entre demanda no mercado à vista, alavancagem e indicadores econômicos dos EUA deve definir o rumo dos preços nas próximas semanas.
No momento da publicação, o ativo era negociado a US$88.368, com volume de US$40 bilhões em 24 horas. A capitalização de mercado estava próxima de US$1,76 trilhão, com 19,97 milhões de unidades em circulação.