Bitcoin: uma solução alternativa para a crise econômica da Venezuela
Um milhão de unidades da moeda de uma nação para comprar um copo de café seria algo impensável antes.
Esse é o caso hoje em Caracas, na Venezuela, onde um copo de café custa um milhão de bolívares. Isto se dá devido à hiperinflação ocorrida nos últimos 12 meses no país, que agora se encontra em 43378%.
Os dedos apontam
Em abril de 2018, o presidente do país, Nicolas Maduro, anunciou antes das eleições o aumento de 155% do salário mínimo. Mesmo à época, o aumento representou uma queda de 13% em relação ao dólar americano, enquanto Maduro culpou o fato em virtude da “guerra econômica” lançada contra seu governo pelos Estados Unidos e pela oposição venezuelana.
De forma contrária às alegações de Maduro, uma governança falha, políticas econômicas fracas e a queda do preço do petróleo são as razões por trás da situação econômica trágica na qual a Venezuela se encontra. Isso se estende até o governo que antecedeu Maduro, quando o país falhou em capitalizar no “boom” da receita advinda de petróleo nos anos 90.
Reserva de valor alternativa
Considerando o declínio das condições econômicas, cidadãos naturalmente buscam formas alternativas de armazenar valor. No início de 2017, o país experienciou um aumento no fluxo de criptomoedas, tendo movimentado 805 bitcoins em apenas uma semana. Subsequentemente, estes números caíram, mas tornaram a se levantar no primeiro trimestre deste ano.
Apesar da recente hiperinflação do bolívar nas últimas semanas, alguns esperariam que o volume de troca do bitcoin aumentaria em coincidência. Contudo, este não foi o caso, tendo em vista que o volume de troca semanal permaneceu quase o mesmo. Segundo o fundador do site BitcoinVenezuela.com, Randy Brito, isto pode ser o resultado das recentes regulamentações impostas pelo governo, dentre outras razões.
Brito disse ao site CCN:
“A lógica nos faria pensar que o volume (medido em BTC em relação ao dólar americano) deveria aumentar com a crescente inflação do bolívar venezuelano, porém, parece que isto não está acontecendo. Isso pode se dar devido ao fato do número real de usuários não ter aumentado, ou ao fato do volume total transacionado por eles não ter aumentado. Talvez a estagnação tenha sido causada por regulamentações de troca e mineração mais estritas, impostas recentemente pelo governo.”
O caminho adiante
Já existem planos feitos pelo governo venezuelano para corrigir o bolívar, ao remover três zeros e desvalorizar a moeda. Isto está programado para ocorrer no dia 4 de agosto deste ano. O impacto que esta ação terá na economia ainda está para ser avaliado, tendo em vista que os cidadãos continuam buscando reservas de valor alternativas.
Embora o governo tenha seus próprios planos para resgatar a economia, outras fontes independentes estão tomando providências para fazer o que julgam ser útil para os cidadãos que foram vítimas diretas da situação. Uma destas iniciativas é o projeto de Jonathan Wheeler, cujo objetivo é angariar muitas bitcoins e distribuí-las entre cidadãos venezuelanos, por meio de um airdrop massivo.
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Fonte: CCN