Bitcoin x Ethereum: a grande disputa nos ETFs de criptomoedas

Enquanto ETFs de Bitcoin registram forte recuperação, dados on-chain revelam que a BlackRock acelerou a acumulação de Ethereum em 2025

O mercado de criptomoedas vive uma disputa de atenção entre Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) no campo dos investimentos institucionais. Nos primeiros dias de setembro, os ETFs de Bitcoin voltaram a se destacar, registrando entradas líquidas de US$ 332,7 milhões, impulsionadas principalmente pela Fidelity (FBTC) e pela BlackRock (IBIT). Já os ETFs de Ethereum sofreram saídas de US$ 135,3 milhões no mesmo período, com destaque para perdas de quase US$ 100 milhões no fundo da Fidelity.

Esse contraste chama atenção porque agosto havia sido muito mais favorável ao Ethereum, que atraiu US$ 3,87 bilhões em aportes, enquanto os ETFs de BTC tiveram resgates líquidos de US$ 751 milhões. Analistas atribuem a virada a um reposicionamento em ativos vistos como “porto seguro” diante de incertezas macroeconômicas, além da persistente dúvida regulatória sobre a classificação do ETH como valor mobiliário.

Apesar do recuo momentâneo, Ethereum segue fortalecido na arena institucional. Dados da Arkham mostram que a BlackRock acumulou ETH em ritmo sete vezes maior que BTC ao longo de 2025. Desde janeiro, suas carteiras passaram de 1,07 milhão para 3,78 milhões de ETH, um salto de 252%, enquanto o saldo de Bitcoin cresceu 33%. Na prática, Ethereum já representa mais de 17% do valor total de criptoativos sob gestão do maior gestor de ativos do mundo, contra 6,6% no início do ano.

Esse movimento revela duas tendências: a consolidação do Bitcoin como ativo de proteção — ainda dominante, com ETFs respondendo por 7% da oferta total em circulação — e o fortalecimento do Ethereum como aposta estratégica de longo prazo, especialmente com o avanço de produtos financeiros ligados a dApps, tokenização e geração de rendimento.

Enquanto o BTC tenta sustentar a faixa de US$ 110 mil em meio à volatilidade típica de setembro, o ETH ganha cada vez mais peso nas carteiras institucionais. A disputa entre os dois gigantes parece menos sobre substituição e mais sobre complementação, com investidores ampliando horizontes além do paradigma Bitcoin-único.

O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.