Blockchain com Orgulho 2025

Blockchain com Orgulho 2025: Eventos, Inclusão e Interseções com a Comunidade LGBTQIAPN+
Estamos em 28 de junho de 2025, quase na metade do ano, e já tivemos alguns eventos cripto descentralizados e inclusivos. Inclusive, a América Latina foi palco de iniciativas relevantes. Destaques como o CryptoRave e o meetup promovido pela Zcash mostraram uma intersecção crescente entre privacidade digital e os direitos das minorias. Neste cenário, diversidade e descentralização parecem caminhar juntas, mesmo que discretamente.
Carnaval, Privacidade e Criptografia: O cenário cripto LGBTQIAPN+ no Brasil
Logo no início do ano, em 2 de março, São Paulo foi palco de um encontro curioso e emblemático. Em pleno Carnaval, a CoinEx e a Zcash organizaram um meetup com temática carnavalesca em Pinheiros, bairro tradicionalmente progressista. O foco da conversa não estava apenas em blockchain. Privacidade financeira foi tratada como pilar da liberdade individual — um tema importante tanto para a comunidade cripto quanto para a LGBTQIAPN+. A escolha da data e do ambiente reforçou a ideia de que, no Brasil, inovação tecnológica e inclusão podem caminhar juntas, ainda que simbolicamente.
Poucos meses depois, em 16 e 17 de maio, aconteceu a CryptoRave 2025. O evento é um dos mais inclusivos e representativos do universo hacker e cripto no Brasil. Realizado na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo, o encontro contou com oficinas, debates e painéis. Os temas abordaram DeFi, criptografia pessoal e combate à vigilância digital. Também destacaram, de forma central, os direitos e a segurança de comunidades marginalizadas. O código de conduta do evento foi direto: não há espaço para racismo, machismo, LGBTfobia ou qualquer outra forma de opressão. Essa postura tornou a CryptoRave um dos principais pontos de conexão entre os mundos da liberdade digital e dos direitos civis.
Embora seja o único evento claramente vinculado à data, ele une tecnologia blockchain com a celebração da diversidade. Também pode coincidir com ações ligadas à folia LGBTQIA+ e com debates sobre segurança digital e inclusão.
Esses eventos revelam um movimento real no Brasil. Mostram a união entre tecnologia cripto, proteção de dados e inclusão social. Há também uma atenção especial às pautas de gênero e à vulnerabilidade digital da comunidade LGBTQIAPN+.
Da ausência de tokens à presença simbólica: a interseção cripto-LGBTQIAPN+
Apesar dos avanços em representatividade nos eventos, nenhum token voltado à comunidade LGBTQIAPN+ ganhou destaque em 2025.Isso contrasta com iniciativas anteriores, como o token $PRIDE. Ele foi lançado com o objetivo de financiar causas queer e reforçar o senso de pertencimento dentro do universo blockchain. No entanto, esses projetos não alcançaram relevância significativa nos mercados nem visibilidade suficiente para impulsionar um movimento mais amplo.
Ainda assim, a ausência de novos tokens não significa ausência de presença. Eventos como a CryptoRave e o meetup da Zcash levantaram questões fundamentais. Uma delas: como a privacidade pode proteger a comunidade LGBTQIAPN+? Como descentralização, anonimato e liberdade financeira podem contribuir com indivíduos expostos à discriminação, especialmente em contextos repressivos? Essas perguntas foram debatidas com seriedade e profundidade, e lançaram luz sobre um campo ainda inexplorado em larga escala.
DAOs, causas sociais, minoriais digitais, vuneráveis em paralelos a segurança digital, liberdade e privacidade.
Em abril, a Blockchain Week 2025 aconteceu em Paris. O evento reforçou o caráter corporativo da criptoeconomia. Teve forte presença de bancos, grandes exchanges e projetos voltados à tokenização de ativos do mercado tradicional. Contudo, a representatividade LGBTQIAPN+ foi praticamente ausente no palco principal. Em painéis paralelos, ativistas debateram o papel das DAOs. Essas organizações autônomas descentralizadas podem ser usadas para mobilização política e financiamento coletivo de causas sociais.
Na América Latina, o Blockchain Festival Rio está programado para agosto. O evento já anunciou uma programação diversa. Ela inclui painéis sobre inclusão digital, identidade descentralizada e proteção de minorias em ambientes digitais. A expectativa é que esses eventos estimulem o surgimento de projetos específicos para grupos historicamente marginalizados.
Na Ásia, o Coinfest Asia 2025 promoverá também em agosto conversas sobre segurança digital e o papel das criptomoedas em regimes autoritários. Embora o foco principal seja no mercado DeFi e nas inovações regulatórias, alguns painéis abordarão o uso de blockchain por comunidades vulneráveis.
Ainda que não haja projetos diretamente voltados à comunidade LGBTQIAPN+ que tenham despontado como referência global em 2025, o ambiente mostra sinais de amadurecimento. As discussões sobre ética, liberdade e inclusão têm crescido em eventos internacionais. Isso sugere que a relação entre cripto e diversidade pode aumentar nos próximos anos.
Blockchain com orgulho
Embora tenham faltado lançamentos concretos voltados à causa, a pluralidade nos eventos e a defesa da privacidade como resistência abriram caminho para mais solidez no futuro.
Ressaltando que os eventos promovem privacidade, inclusão e liberdade — valores importantíssimos tanto ao ecossistema cripto quanto à comunidade LGBTQIAPN+.
Além de que a tecnologia blockchain ainda carrega a promessa de emancipação. Resta à comunidade cripto cumprir esse potencial junto às vozes que ficaram à margem do debate. Só assim teremos, de fato, blockchain com orgulho.