“Blockchain vai inovar o mundo financeiro”, afirma o presidente do Banco Central

Roberto Campos Neto menciona mais uma vez a tecnologia blockchain

Ontem, dia 27 de março, foi realizado na sede do Banco Central do Brasil o LIFT Day, um evento focado na exposição de inovações tecnológicas e informacionais ligadas ao sistema financeiro nacional – e a tecnologia blockchain marcou presença.

O evento é uma iniciativa anual organizada pelo Banco Central e pela Federação Nacional de Associação dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), e contou com a presença de representantes da Microsoft, IBM, Amazon Web Services e Oracle. As iniciais do evento representam Laboratório de Inovações Financeiras Tecnológicas.

Durante sua fala, o novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mencionou a tecnologia blockchain. De acordo com ele:

“Acredito que duas tecnologias, principalmente, vão inovar no mundo financeiro. O blockchain, na parte de rede e de registro, e o uso da nuvem, para armazenar informações dos usuários. Os bancos estão virando empresas de informação.”

Tal passagem foi ainda frisada por meio do perfil oficial do Banco Central do Brasil no Twitter.

Iniciado em blockchain

Esta não é a primeira vez em que Campos Neto menciona a tecnologia blockchain publicamente. Em sua carta de indicação enviada ao Senado, ele declarou:

“Tenho estudado e me dedicado intensamente ao desenho de como será o sistema financeiro do futuro. Participei de estudos sobre blockchain e ativos digitais. Uma das contribuições que espero trazer para o Banco Central é preparar a instituição para o mercado futuro, em que as tecnologias avançam de forma exponencial, gerando transformações mais acelerada.”

Posteriormente, já em seu discurso de posse, realizado este mês, o novo presidente do Banco Central citou a tecnologia blockchain entre as cinco áreas que terão prioridade em termos de desenvolvimento:

“O sistema de pagamentos instantâneos, importante mecanismo de democratização dos meios de pagamento, no qual o BC já vem trabalhando; as Fintechs, por trazerem fortes incentivos à competição […], organizando a regulamentação das sua atuação; […] mecanismos de open banking, com objetivo de reduzir as barreiras de entrada […]; a tecnologia blockchain, que tem elevado potencial no mercado de intermediação, oferecendo um meio barato, rápido, seguro e transparente de controlar operações; e finalmente as centrais de garantia operando como mecanismo de diversificação de risco, oferecendo meios para redução da volatilidade de mercados, contribuindo para uma melhor precificação.”

Campos Neto tem trazido ao cenário mainstream o conceito de blockchain, tendo até mesmo afirmado que gostaria de preparar o Banco Central para os ativos digitais.

Tal mudança nos ares pode dar ao Brasil o impulso necessário para iniciar um processo de regulamentação sadio, viabilizando a participação da blockchain em um processo legislativo mais participativo, por exemplo.