Bolsonaro reforça autoridade de Paulo Guedes na economia
Em entrevista coletiva, Bolsonaro disse que quem decide a economia no Brasil é Paulo Guedes.
Hoje (27) de manhã na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro concedeu entrevista coletiva ao lado dos ministros da Economia, da Agricultura e da Infraestrutura.
Durante essa entrevista o presidente afirmou que o “homem que decide a economia” no Brasil é o ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Acabei mais uma reunião aqui tratando de economia. E o homem que decide a economia no Brasil é um só: chama-se Paulo Guedes. Ele nos dá o norte, nos dá recomendações e o que nós realmente devemos seguir”, disse Bolsonaro.
Essa afirmação parece muito redundante, mas obviamente ela tem seu motivo.
Por que afirmar que o ministro da economia é o “homem que decide a economia”?
Parece obvio, mas não é, Paulo Guedes não tem aparecido muito ultimamente mesmo em meio a uma crise econômica global. E com isso vieram boatos de um relacionamento desgastado entre Guedes e Bolsonaro e mais uma possível demissão.
Temos nomes de relevância saindo do governo em meio a uma crise sanitária e econômica global, como foi o caso do ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta e mais recentemente do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Com isso surgiram boatos se o ministro da Economia também seria demitido. Guedes é contra a impressão de dinheiro pelo Banco Central e o plano ‘Pró-Brasil’, proposto pelo ministro da Casa Civil, Braga Netto, passa por cima de sua autoridade.
O governo federal decidiu retomar o Programa de Aceleração do Crescimento, que marcou a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, renomeando o mesmo de ‘Pró-Brasil’. Este novo ‘Plano Marshall’ representa uma derrota decisiva para o modelo neoliberal de Paulo Guedes, que é incapaz de oferecer saídas para a crise econômica. O programa Pró-Brasil, que o governo anuncia como a solução para a recuperação econômica do país após a pandemia do coronavírus, foi lançado na última quarta-feira (22) pelo ministro da Casa Civil, general Braga Netto. Guedes não participou do anúncio, deixando claro como o atual ministro da Economia está sendo colocado de lado.
Como podemos ver o plano ‘Pró-Brasil é desenvolvimentista e envolve aumento de gastos públicos. Guedes historicamente defende investimentos privados como motor da economia.
Entretanto, hoje Bolsonaro trouxe Guedes de volta a superfície e o ministro falou:
“Queremos reafirmar a todos que acreditam na política econômica que ela segue, é a mesma política econômica”, ressaltou Guedes. “Quando há um problema, como de saúde, o presidente fala: ‘Olha vamos para um programa de exceção'”, explicou o ministro.
Bolsonaro e Braga Netto claramente acreditam na necessidade da intervenção do Estado na retomada econômica, o que contraria o liberalismo de Guedes.
“O programa Pró-Brasil, na verdade, são estudos justamente na área de infraestrutura, de construção civil, são estudos adicionais para ajudar nessa arrancada de crescimento. Isso vai ser feito dentro dos programas de recuperação de estabilidade fiscal nossa”, disse Guedes.
O ministro ainda acrescenta:
“Nós não queremos virar Argentina, nós não queremos virar a Venezuela. Estamos em outro caminho, estamos no caminho da prosperidade, e não no caminho do desespero”.
“O Tesouro não investe, o Tesouro é o caixa. Quem investe é o governo, se decidir. E o governo, sim, aumenta investimentos em infraestrutura. Acabamos de conversar com ministro Tarcísio (Infraestrutura), não tem problema nenhum. O que não podemos fazer é justamento planos nacionais de desenvolvimento, como era antigamente, porque a nossa direção é outra. O excesso de gastos de governo corrompeu a democracia brasileira, estagnou a economia brasileira”, afirmou
Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.