Canadá, Singapura e Reino Unido: moedas digitais reduziriam o risco de pagamentos internacionais
Bancos centrais de Canadá, Singapura e Reino Unido consideram o uso de CBDCs
Moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) podem ajudar a melhorar o risco de crédito para pagamentos interbancários internacionais, segundo um relatório aprofundado publicado pelos bancos centrais do Canadá, Reino Unido e Singapura.
Uma CBDC é uma moeda digital emitida por um banco central, cujo status como moeda legal depende de regulamentação do governo ou de lei. A variação de uma CBDC (W-CBDC) limita seu uso a instituições financeiras e mercados, se opondo à CBDC destinada ao “varejo”.
O relatório conjunto observa como lidar com os desafios e fricções nos sistemas de pagamento e emissões interbancárias internacionais existentes, que atualmente dependem de bancos centrais operarem a infraestrutura real-time gross settlement (RTGS), dentro da qual as obrigações interbancárias devem ser realizadas.
Segundo o relatório, existem cinco defeitos no modelo atual de pagamentos bancários internacionais. Primeiro, existem lags em pagamentos entre jurisdições, durante os quais as partes estão expostas a riscos de crédito e liquidez.
Lags também limitam a entrega efetiva de liquidez pelos bancos comerciais, uma vez que os fundos ficam “presos” por mais tempo. Outros grandes desafios incluem falta de transparência em relação ao status de pagamento para usuários e bancos, alto custo operacional e a crescente vulnerabilidade dos sistemas RTGS a ciber ataques e outros fatores.
O relatório propõe e analisa duas soluções já disponíveis, e uma que envolve a emissão de CBDCs, em três configurações.
A primeira seria a emissão de W-CBDCs específicas a jurisdições, que não poderiam ser trocadas entre fronteiras. A segunda, W-CBDCs específicas a jurisdições que poderiam ser trocadas entre fronteiras. Terceira, emissão de uma única e universalmente aceita W-CBDC.
De todas as variáveis, as que são constituídas por W-CBDCs específicas a jurisdições fornecem o menor número de benefícios, essencialmente representando uma versão tokenizada do modelo bancário já existente.
Entretanto, as outras duas versões de W-CBDC poderiam, segundo o relatório, melhorar significativamente os riscos de crédito, pagamento e liquidez, bem como ampliar o acesso à infraestrutura RTGS (para provedores de serviço de pagamento não bancários).
Por outro lado, todas as formas de W-CBDCs foram julgadas como degradadoras de estruturas de governança existentes, fornecendo diversos benefícios e prejuízos para o papel futuro dos bancos centrais.
O Banco Central do Canadá e a Autoridade Financeira de Singapura possuem duas grandes iniciativas de pesquisa relacionadas a CBDCs: Project Jasper e UBIN, respectivamente.
No início da semana, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, pediu que a comunidade internacional considerasse emitir CBDCs, argumentando que eles poderiam satisfazer objetivos públicos, especificamente a inclusão financeira.
Fonte: The Cointelegraph