Cardano veio para matar a Ethereum?

Cardano, Ethereum ou Bitcoin? Qual rede está mais preparada para o futuro?

Em um interessante e extenso (muito, muito extenso) texto do site HackerNoon, o Dr. Julian Hosp discute se, por seus parâmetros de criação e funcionamento, a Cardano poderia suplantar a Ethereum em um futuro próximo. A seguir você lerá um resumo do texto e, caso se interesse, pode ler o texto original na íntegra (em inglês) clicando aqui.

Antes de mais nada, é válido explicar primeiro do que se trata a Cardano. Segundo Charles Hoskins, criador da Cardano:

“A Cardano é não é um projeto simples ‘fazemos tudo melhor que o XY’. Não, é uma abordagem completamente nova de várias maneiras.

 

Ela se descreve como uma plataforma de terceira geração e deseja melhorar significativamente as coisas que foram identificadas como deficiências nas plataformas de blockchain de primeira geração (Bitcoin – dinheiro descentralizado) e de segunda geração (Ethereum – contratos inteligentes).

 

Isso não é reduzido a alguns parâmetros técnicos, mas é refletido essencialmente em uma abordagem muito científica.”

De fato, um bom exemplo é a escalabilidade, um fator problemático hoje para a Ethereum, enquanto para a Cardano não é. Outro fator relevante onde a Cardano leva vantagem diz respeito às transações.

O Bitcoin suporta apenas aproximadamente 14 Tx/s, o que não seria suficiente para uma rede de pagamentos global. A culpa aqui nesse caso recai sobre o sistema Proof-of-Work do Bitcoin, contra o Proof-of-Stake da concorrente.

A interoperabilidade das redes também é um fator apontado por Hosp como, além de positivo, necessário. E nesse sentido a Cardano quer estabelecer interoperabilidade não apenas entre cadeias de blocos como BTC, ETH e XRP, mas também para sistemas do mundo bancário.

Segundo Hosp: “o objetivo da Cardano aqui é uma “Internet das blockchains”.

Acerca do assunto “sustentabilidade”, Julian questiona principalmente a questão de manutenção: como o sistema se gerencia? Como se financia? Como é possível garantir a disponibilidade de fundos suficientes para operação e desenvolvimento?

A Cardano não deseja que o desenvolvimento seja influenciado por empresas que designam desenvolvedores (por exemplo, Blockstream – BTC) e influenciam o desenvolvimento da Cardano no interesse de seus clientes.

A Cardano também não sofreria os riscos de um hard fork ou um soft fork. No geral, trata-se de um projeto muito bem estruturado financeiramente, além de uma aparente boa gestão.

Na outra ponta do espectro, Hosp aponta como principais problemas o fato do projeto estar muito atrás do próprio plano, de os principais desafios ainda estarem em aberto (descentralização, contratos inteligentes, dimensionamento, governança), e a situação de Charles Hoskinson, que atua como uma figura exageradamente central.

Se de fato a Ethereum será derrubada por uma “nova” competidora, é bem complicado dizer. As críticas contra a gestão de Vitalik são extensas, mas a Ethereum não chegou onde está por acaso e derruba-la de seu pedestal pode ser mais difícil do que parece.

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.