Viciados em cripto: centros de reabilitação registram novos casos
Traders buscam ajuda para combater o vício em operações com ativos digitais; questiona-se a eficácia dos centros em relação ao problema.
Cripto, meu vício
Durante o programa Bloomberg Crypto de hoje (21), a apresentadora Stacy-Marie Ishmael comentou a respeito do aumento na busca por tratamento para viciados em operações com criptomoedas.
Tais instituições, normalmente procuradas para combater vícios de drogas e álcool, começaram a ser frequentadas por indivíduos que não conseguem parar de fazer trade com ativos digitais.
Tanto Ishmael como seus colegas de bancada questionaram se o vício em trading de criptomoedas é, de fato, um problema real. Além disso, perguntaram-se se os centros de reabilitação são capacitados para lidar com esse tipo de caso.
Motivos da procura
O repórter Charlie Wells disse que usuários estão procurando os centros porque estão enfrentando dificuldades para controlar o tempo dedicado às operações.
Para tratar o problema, as unidades de saúde estariam cobrando quantidades exorbitantes de dinheiro. Wells mencionou sobre um centro de reabilitação na Suíça, que estaria cobrando US$ 9 mil por semana para tratar viciados em criptomoedas.
Outras instituições com a mesma finalidade podem ser encontradas em outros países, como Escócia e Estados Unidos, além de tratamentos online.
Sobre o vício
Cientificamente, não existe qualquer estudo que defina o vício em criptomoedas. Porém, mesmo sem base técnica comprovada, instituições ao redor do mundo começaram a oferecer tratamentos aos seus pacientes.
Wells trouxe um usuário que se autoproclama viciado em criptomoedas. Ele afirma que passou a dar mais atenção à sua família e comparecer com menos frequência à igreja. Depois de algum tempo, percebeu que não conseguia mais controlar seu comportamento.
O repórter também conversou com um paciente de um dos centros da Escócia. Ele teria conseguido fazer algo em torno de US$ 100 mil por meio de um investimento pequeno, perdendo o valor pouco tempo depois. Ele começou a perceber que, talvez, seu objetivo não fosse o dinheiro, e sim alimentar sua compulsão.
Apesar de não haver uma definição clara a respeito dos casos, pesquisadores acreditam tratar-se de algo semelhante ao vício em jogos de azar.
Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.