CEO da Dash explica porque as criptomoedas não precisam de Wall Street para crescer
O CEO da Dash e ex-executivo de Wall Street, Ryan Taylor, falou sobre a recente onda de atividades por parte de empresas de Wall Street na esfera das criptomoedas, com a ICE estabelecendo um mercado de Bitcoin e a financeirização chegando por outras vias do mundo tradicional das finanças.
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CEO da Dash explica porque deixou Wall Street para adentrar a esfera das criptomoedas
Em uma entrevista concedida ao site CCN, Taylor afirmou:
“Eu me distanciei de Wall Street por dois grandes motivos. O primeiro foi a tremenda oportunidade que eu acredito ser inerente nessa esfera. É uma indústria incrivelmente imatura, com um potencial enorme para projetos bem administrados. O segundo é que esta tecnologia tem o potencial para tornar o mundo em um lugar melhor, empoderando a maioria das pessoas esquecidas, dando a elas um nível maior de liberdade financeira. É um lugar animador para se trabalhar.”
Dash é uma criptomoeda e organização digital autônoma (DAO), cujo objetivo é permitir que vendedores processem pagamentos de forma privada por meio de criptomoedas. A moeda já foi adotada na Venezuela por mais de 800 vendedores, e também está ganhando popularidade no Zimbábue.
Após trabalhar 15 anos com serviços financeiros e tecnologia, Taylor deixou sua posição como analista de um fundo de cobertura avaliado em US$20 bilhões para criar a Dash, e ele tem alguns pontos de vista interessantes sobre como as coisas funcionam por trás das cortinas no mundo tradicional das finanças.
“Wall Street tem a tendência de trabalhar sobre novos desenvolvimentos de forma privada, e eu suspeito que muitos outros estão trabalhando em soluções, ainda que critiquem publicamente as criptomoedas,” afirmou Taylor.
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Criptomoedas não precisam de Wall Street
Os efeitos das instituições financeiras do mainstream investirem em criptomoedas ainda está para ser visto. Entretanto, Taylor acredita que as criptomoedas traçarão seu próprio caminho rumo ao sucesso, independente de influência externa.
“As criptos não precisam de Wall Street para crescer. Elas estão sendo cada vez mais adotadas a cada ano, com ou sem Wall Street. Existem grandes benefícios e retrocessos nesse envolvimento, contudo, eu acredito que é algo positivo que as criptomoedas estejam cada vez mais integradas com o sistema financeiro tradicional.”
Ryan ainda acrescentou:
“Criptomoedas podem se tornar muito mais fáceis de utilizar se estiverem integradas com outros sistemas financeiros, acrescentando utilidade. Você utilizaria o dólar americano se ele não estivesse integrado a um sistema financeiro? Desta forma, é óbvio que estes novos acontecimentos ajudarão na adoção das criptomoedas.”
Embora Taylor reconheça que hajam benefícios e desvantagens no envolvimento de Wall Street com as criptomoedas, existem ainda outros obstáculos a serem vencidos antes da adoção ampla.
“Atualmente, a incerteza regulatória está fazendo com que muitos negócios deixem de mergulhar no ecossistema para fornecer serviços, ou se sentirem confortáveis em aceitar pagamentos em moedas digitais. Reguladores eventualmente acompanharão o crescimento das criptomoedas e darão aos negócios uma direção, para que eles se sintam confortáveis.”
Ele concluiu:
“Com os bancos adentrando a esfera, eu acredito que reguladores precisarão lidar com estas questões. O problema é que os reguladores tendem a focar em instituições, e este é um mercado que foi desenvolvido a partir de pessoas comuns, em vez de instituições financeiras. Reguladores foram pegos com as calças curtas, mas parecem estar se adaptando rapidamente.”
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Fonte: CCN