Charlie Munger apoia banimento de cripto na China

O vice-presidente da empresa de Warren Buffet gostaria que as criptoemoedas não tivessem sido inventadas.

Charlie Munger, vice-presidente da Berkshire Hathaway e braço direito de Warren Buffett, manifestou sua opinião polêmica a respeito do banimento das criptomedas na China, na conferência australiana Sohn Hearts and Minds.

Munger, que possui grandes investimentos na BYD, montadora de veículos elétrica chinesa, vê a proibição de forma positiva. Além disso, o braço direito de Buffet acredita que Estados Unidos e China podem desenvolver um relacionamento aceitável:

“Eu acho que os chineses tomaram a decisão certa, que é simplesmente bani-las. Meu país – a civilização que fala inglês – tomou a decisão errada.”

O depoimento é uma crítica direta à regulamentação das criptomoedas em território norte-americano. O governo dos EUA tem elaborado projetos de lei– muitas vezes complicados de compreender objetivamente – a respeito da regulamentação e tributação de movimentações em ativos digitais.

Histórico de rejeição

Tanto Buffett como Munger são conhecidos por não acreditar nas criptomoedas, ou mesmo em blockchain: Buffett declarou não possuir ações em grandes empresas que tenham qualquer relação com a tecnologia.

Contudo, a declaração não condiz com a realidade: recentemente, o presidente da Berkshire investiu US$ 500 milhões na Nubank, fintech brasileira interessada em oferecer contratos futuros (ETFs) de Bitcoin.

Munger fez diversas declarações negativas a respeito do Bitcoin nos últimos anos. Entre elas, definiu a criptomoeda como “bolha”, “veneno nocivo” e “especulação em vez de investimento”.

O vice-presidente da empresa de investimentos fez uma comparação entre a obra do célebre escritor Oscar Wilde e seu pensamento a respeito da economia descentralizada:

“O Bitcoin me lembra o que Oscar Wilde disse sobre a caça à raposa: ele disse que era a busca do intratável pelo indizível.”

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.