China retalia contra tarifas dos EUA com investigação antitruste contra o Google e restrições comerciais

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A China retaliou contra as novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao anunciar uma série de medidas contra empresas americanas. Essas ações incluem uma investigação antitruste contra o Google e a inclusão de empresas americanas em sua lista de entidades não confiáveis.

A China anunciou suas medidas de retaliação momentos após a entrada em vigor das novas tarifas de 10% dos EUA sobre produtos chineses.

Além disso, os EUA removeram uma isenção que anteriormente permitia a entrada de importações chinesas com valor inferior a US$ 800 sem tarifas. Isso terá um grande impacto em empresas como Temu, Shein e outras que dependiam dessa brecha.

A resposta mais significativa da China é a investigação contra o Google. A Administração Estatal de Regulação do Mercado do país afirmou ter iniciado a investigação devido a supostas violações da lei antimonopólio chinesa.

O Google praticamente deixou a China em 2010 devido a preocupações com censura. Seus serviços, como Busca, Gmail, YouTube e Play Store, continuam bloqueados no país asiático, mas a empresa ainda mantém algumas operações comerciais, como vendas de hardware e pesquisas em inteligência artificial. Além disso, o Google auxilia empresas chinesas que desejam anunciar em suas plataformas fora da China.

O Google já está familiarizado com investigações antitruste. A empresa enfrenta desafios legais nos EUA devido ao seu domínio em buscas, publicidade digital e práticas da loja de aplicativos. Além disso, está sob escrutínio regulatório na União Europeia e no Reino Unido.

Além do Google, o Ministério das Finanças da China anunciou tarifas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito, além de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas, veículos de grande cilindrada e caminhonetes dos EUA, com vigência a partir de 10 de fevereiro.

Pequim também impôs controles de exportação sobre tungstênio, telúrio, rutênio, molibdênio e produtos relacionados ao rutênio, alegando que essas medidas visam “salvaguardar os interesses de segurança nacional”.

O Ministério do Comércio da China informou que adicionará duas empresas americanas à sua lista de entidades não confiáveis. A primeira é o PVH Group, uma empresa de vestuário que possui grandes marcas de moda, como Calvin Klein e Tommy Hilfiger. A segunda empresa é a Illumina Inc, uma empresa de biotecnologia especializada em genômica, sequenciamento de DNA e tecnologias de análise genética.

De acordo com o Ministério do Comércio, as duas empresas foram incluídas na lista por adotarem medidas discriminatórias contra empresas chinesas, prejudicando os direitos e interesses legítimos das companhias do país.

As empresas incluídas na lista de entidades não confiáveis da China enfrentam restrições que podem levá-las a perder acesso ao mercado chinês e serem proibidas de fazer negócios com empresas locais. Também podem sofrer limitações em licenças e permissões, restrições de pessoal e vistos, transações financeiras e outros aspectos comerciais.

A China também anunciou em dezembro que havia iniciado uma investigação contra a Nvidia por supostas violações das leis antimonopólio do país. A medida foi vista como uma retaliação às restrições impostas pelos EUA às exportações de chips para a China.

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Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.